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Esportes

Atleta alagoano é vítima de racismo durante jogo de futevôlei em MS

Disputa foi realizada em Maracaju no último fim de semana e vídeo da fala racista veio à tona nesta terça

Ana Paula Chuva | 17/08/2022 13:03



O atleta alagoano de 25 anos, Jonathan David, foi vítima de racismo durante uma partida de futevôlei profissional realizada no último domingo (14), em Maracaju, cidade a 159 quilômetros de Campo Grande. A gravação do momento em que o narrador solta a frase racista foi publicada em rede social nesta terça-feira (16).

Conforme a gravação, ao anunciar o atleta para a partida final, o narrador Vitor Matheus, conhecido como Baratinha diz “Agora vamos chamar o mostro, saiu da senzala ele”. Jonathan então se levanta e corre para entrar em campo e o vídeo termina.

Em uma entrevista ao site GazetaWeb, o atleta explicou que nunca tinha passado por uma situação como essa na vida. Jonathan ainda declarou que pensou em não entrar em campo, mas que é dali que tira o sustento.

“No vídeo dá para ver que eu fiquei alguns segundos sentado, me senti bem humilhado. Mas sou atleta profissional e é dali que tiro meu sustento. Então levantei e fui jogar”, afirmou o atleta que venceu a partida.

 O atleta também procurou seu advogado, Thiago Pinheiro para entender melhor os seus direitos. O defensor alegou que vai procurar o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, assim como o de Alagoas para acompanhar o caso de perto.

“Vou entrar com ação por danos morais contra o evento, contra a organização do evento e contra o cidadão que promoveu este ato de injúria racial", revelou o advogado.

Ao site alagoano, o narrador Baratinha pediu desculpas e assumiu a culpa pela fala. Vitor afirmou ainda que a frase dita não faz parte do que ele acredita e nem do que deseja ensinar para o filho.

“Todos sabem que eu narro os jogos de forma amadora e não profissionalmente. Infelizmente, agi errado; cometi o grave erro de falar o que falei com a conotação racista. Gostaria de me desculpar com todos, principalmente com o atleta e sua família, sem exceção, mas sobretudo com a comunidade afrodescendente. De coração aberto, estou disposto a fazer desse erro um aprendizado honesto e integral. Também quero me desculpar com o CT P67 de Maracaju (MS) que é uma instituição que desde sempre prega e luta pela igualdade, com meus companheiros de equipe e minha família”, diz a nota.

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