Cozinheira recebe mensagens insistentes de advogados após acidente de trânsito
Primeiro contato foi em 20 de fevereiro, exatamente dois dias depois de ter auxílio aprovado pelo INSS
Pouco mais de um mês depois de sofrer acidente de trânsito, a cozinheira Marili Campos, de 50 anos, passou a ser importunada por mensagens e ligações de escritórios de advocacia oferecendo assessoria para que ela garantisse acesso a algum tipo de indenização. Nenhum dos três contatos citou o extinto seguro Dpvat (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre), que deixou de valer em 31 de dezembro de 2024.
Entretanto, tiveram acesso a dados pessoais dela e até de familiares, como irmã e filhos. Marili se acidentou em 12 de janeiro, e o curioso é que a primeira mensagem que recebeu de oferta do serviço foi em 20 de fevereiro, exatamente dois dias depois de o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) ter aprovado o pedido de auxílio por incapacidade temporária dela.
“Olá, tudo bem? Eu me chamo (...) e sou do escritório (...). Você sofreu algum acidente? Você pode ter direitos a receber uma aposentadoria, benefício/auxílio do INSS; indenização securitária; indenização Judicial”, dizia o primeiro contato feito, ao que a cozinheira ignorou.
Depois disso, na semana passada, outro escritório se identificou e em seguida pergunta se “Marili Campos teria sofrido algum tipo de acidente”, ao que ela não responde. E na tarde de hoje, o terceiro contato foi feito, do mesmo modo: informando que atua na área de “direitos relacionados a acidentes de trânsito” e perguntando se o contato seria e Marili.
Segundo ela, não houve resposta a nenhum dele. “Eles pediram para que eu ligue para conversar, mas não vou ligar. Já bloqueei o número”, afirmou, temerosa de ser vítima de algum golpe.
É importante ressaltar que o acesso ilegal ao banco de dados dos cidadãos é algo previsto na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e as empresas que os acessam irregularmente podem estar violando a legislação. A vítima que se sentir desconfortável e queira denunciar algum caso pode fazê-lo pelo site da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) aqui, ou registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil.
Esse caso foi sugerido por leitor que enviou mensagem pelo canal Direto das Ruas.
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