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Esportes

CBF dobra valor de repasse e Cezário diz que "não é vendido por dinheiro"

Helton Verão | 07/11/2013 15:52
Cezário chegou atender a ligação e confirmou o aumento do valor, tentou se explicar, se alterou e desligou o telefone (Foto: João Garrigó / Arquivo)
Cezário chegou atender a ligação e confirmou o aumento do valor, tentou se explicar, se alterou e desligou o telefone (Foto: João Garrigó / Arquivo)

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) dobrou, de R$ 50 mil para R$ 100 mil, desde de outubro, o valor enviado mensalmente aos comandantes das federações estaduais, entre elas a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul). De acordo com a Folha de São Paulo de ontem (6), este valor é uma forma de viabilizar a candidatura de Marco Polo Del Nero para suceder José Maria Marin na presidência da entidade. No entanto, o dirigente sul-mato-grossense diz que não é vendido.

Porém o presidente da FFMS, Francisco Cezário nega que o valor seria um “auxílio para voto”. Ele disse que o dinheiro é para pagar dívidas da federação com competições, que vão desde o Campeonato Sul-Mato-Grossense da Série B, até campeonatos amadores. “É um valor todo comprometido com essas competições e 13º dos funcionários. Não tem motivo especial. Se teu chefe começasse te dar seu salário em dobro, você ia reclamar? Eu não sou vendido por dinheiro”, respondeu rispidamente Cezário, desligando o telefonema em seguida.

Este valor é repassado mensalmente às federações e é identificado na rubrica Paf (Programa de Assistência às Federações) pela confederação. Ainda de de acordo com a Folha de São Paulo, os oposicionistas classificam o programa como uma espécie de "mensalinho", que serviria para obter o apoio dos cartolas das federações.

Minutos depois, Francisco Cezário retornou a ligação ao Campo Grande News e, em um tom agressivo, avisou que não se pronunciará mais sobre o assunto. “Você vai dizer que não vou me pronunciar. Esta é a minha resposta, não te falei nada na outra ligação”, avisou Cezário.

O pedido para a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a CBF e as federações estaduais chegou a ser requerida pelo senado Mário Couto (PSDB-PA) e 34 senadores assinaram. Mas após nove desistências, o Senado acabou arquivando a CPI na última terça-feira.

O presidente da CBF, Marin aumentou a verba às federações desde a renúncia de Ricardo Teixeira. No ano passado, por meio do Paf, oficialmente foram R$ 27 milhões só para as federações. O valor foi 62,79% superior ao enviado por Teixeira aos mesmos cartolas em 2011.

As eleições na entidade estão marcadas para abril.

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