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Esportes

Desidratação faz Francisco Cezário sair da prisão para ir ao hospital

"Dono da bola" em Mato Grosso do Sul deu entrada na Cassems, durante a tarde desta quinta (12)

Por Gustavo Bonotto | 12/09/2024 21:55
Preso pela segunda vez, Francisco Cezário dentro de viatura do Gaeco. (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)
Preso pela segunda vez, Francisco Cezário dentro de viatura do Gaeco. (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)

O presidente afastado da Federação Estadual de Futebol, Francisco Cezário de Oliveira, de 78 anos, voltou a ser internado por problemas de saúde. Preso na Operação Cartão Vermelho, que investigou desvios milionários do dinheiro para os gramados sul-mato-grossenses, o "dono da bola" teve quadro de desidratação e foi levado ao Hospital da Cassems, em Campo Grande, durante o fim da tarde desta quinta-feira (12).

A informação foi confirmada à reportagem pelo advogado de defesa de Cezário, Júlio César Marques. Por telefone, ele explicou o estado de saúde do empresário. "Ele está bem, mas bastante desidratado. Estamos aguardando resultados de exames. Já aproveitando a internação, [Cezário] passará por uma consulta médica para ver uma perna, depois de ter sofrido quedas constantes".

Ainda segundo o advogado, o "titular do futebol" em Mato Grosso do Sul seguirá em observação no hospital. "[...] Enquanto isso, tentamos a soltura dele, pela idade e também pelo estado de saúde. Caso ele tenha alta amanhã, pode voltar ao presídio".

Em junho, o presidente afastado da FFMS chegou a ser submetido a um procedimento de cateterismo. O procedimento consistiu na introdução um tubo flexível extremamente fino e longo, na artéria do braço até o coração, desobstruindo e removendo placas de gorduras no sangue.

Cezário se recuperava do procedimento em casa, mas voltou a ser preso pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) por montar uma "Federação paralela" no fim do mês de agosto. Pedido de prisão protocolado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) destacou que a Justiça havia determinado afastamento do titular de qualquer função na FFMS. Contudo, a promotoria encontrou provas de que o "dono da bola" continuava influindo no futebol do Estado.

Nos dias 5 de junho e 6 de agosto, antes da realização de assembleia geral da Federação, Giovani Jolando Marques (dirigente do Operário Atlético Clube) e Ari Silas Portugal (diretor de futebol do Esporte Clube Comercial) estiveram na casa de Cezário, na Vila Taveirópolis, em Campo Grande..

Em 6 de agosto, Giovani e Ari participaram da assembleia geral da FFMS. Neste mesmo dia, Cezário estava em casa e recebeu as visitas de Giovani, Ari, Luiz Bosco da Silva Delgado (presidente do Corumbaense Futebol Clube) e Júlio Brant, sendo este consultor de futebol e conselheiro do Vasco da Gama. Ele veio a Mato Grosso do Sul no dia 19 de julho, onde participou de reunião na Governadoria com dirigentes de clubes.

Na assembleia de agosto foi convidado por Estevão Petrallás, presidente interino da FFMS para assumir posto na federação. Apesar de ser citado na decisão como executivo de futebol, a reportagem apurou que Brant não aceitou o convite.

Entenda o caso - Em 21 de maio, a Operação Cartão Vermelho apurou desvio de R$ 6 milhões na Federação Estadual de Futebol, que recebe recursos do governo estadual e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Na ocasião, Cezário também saiu preso de casa, mas conseguiu a liberdade pelo procedimento citado acima.

De acordo com o Ministério Público, a ofensiva desbaratou organização criminosa voltada à prática de peculato e delitos correlatos na federação que comanda o futebol no Estado. Foram 20 meses de investigação.

“Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação Estadual de Futebol, em valores não superiores a R$ 5 mil, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema”, informa a nota da promotoria.

Nessa modalidade, verificou-se que os integrantes da organização criminosa realizaram mais de 1.200 saques, que ultrapassaram o total de R$ 3 milhões.

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