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Esportes

Apesar de escândalo e prisão, Cezário vai à CBF e define próprio substituto

Mesmo com tornozeleira eletrônica, presidente afastado atuou nos bastidores para indicar nome

Por Gabriel Neris | 13/08/2024 12:19
Cezário embarca na viatura do Gaeco no dia de sua prisão (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Cezário embarca na viatura do Gaeco no dia de sua prisão (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Denunciado por esquema de corrupção e organização criminosa, o atual presidente afastado da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário, foi à CBF (Confederação Brasileira de Futebol), no Rio de Janeiro, para escolher o seu próprio substituto.

A Operação Cartão Vermelho, deflagrada em maio, resultou na prisão de Cezário e outras seis pessoas acusadas de envolvimento no desvio de R$ 6 milhões. Ele deixou a prisão e é monitorado por tornozeleira eletrônica desde 27 de junho, mas pode viajar pelo Brasil desde que não ultrapasse 8 dias.

O Campo Grande News apurou que o mandatário do futebol sul-mato-grossense por mais de 20 anos foi ao Rio de Janeiro acompanhado por aquele que defende como seu substituto, João Garcia, vice-presidente da entidade e que também esteve à frente do Aquidauanense por 15 anos.

João Garcia, ex-presidente do Aquidauanense, indicado para assumir FFMS (Foto: Divulgação)
João Garcia, ex-presidente do Aquidauanense, indicado para assumir FFMS (Foto: Divulgação)

A gestão do atual interventor, Estevão Petrallás, também nomeado pela CBF, termina no próximo dia 27. Procurado pela reportagem, Petrallás se disse “surpreso” com a atuação de Cezário para definir o seu substituto.

Uma das medidas cautelares para que ele deixasse a cadeia, além da tornozeleira, era não comparecer a sede da entidade e não desempenhar qualquer função referente à federação, mas o que não o impediu de articular nos bastidores o nome daquele que deve assumir como dono da “bola” a partir do dia 27.

A gestão encabeçada por Cezário termina em 3 anos, porém a entidade já tem novo estatuto social. Entre os principais pontos, estão o mandato de quatro anos com apenas um direito à reeleição, proibição de nepotismo de parentes até 3º grau e eleição para diretoria executiva (a ser formada por presidente, vice-presidente, secretário geral, diretor de competições e tesoureiro).

Sobre a viagem ao Rio de Janeiro, Cezário se manifestou através do advogado André Borges. Ele disse que não tem nada para fazer na CBF, apesar de não estar proibido de falar com a entidade nacional. A única restrição seria referente a não aparecer na FFMS.

A Operação Cartão Vermelho cumpriu sete mandados de prisão preventiva e 14 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas no dia 21 de maio. Na casa de Cezário, na Vila Taveirópolis, foram encontrados R$ 800 mil em espécie.

Em nota, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul informou que as investigações duraram 20 meses e revelaram a existência de uma organização criminosa dentro da Federação, cujo objetivo era desviar valores provenientes do Estado (através de convênios, subvenções ou termos de fomento) ou mesmo da CBF, em benefício próprio e de terceiros.

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