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Esportes

Dona "Aroeira" prova ser mais forte que aço em rotina de maratonista

Doméstica com três empregos, Maria Aparecida treina no trajeto para o trabalho

Por Lucas Mamédio e Clara Farias | 07/07/2024 07:46
Dona Aroeira na chegada dos 7 Km na Maratona de Campo Grande (Foto: Juliano Almeida)
Dona Aroeira na chegada dos 7 Km na Maratona de Campo Grande (Foto: Juliano Almeida)

“Pode vir pica-pau, que aqui é a aroeira”. A expressão popular resume bem a resiliência de dona Maria Aparecida Barbosa Cesca, doméstica de aos 69 anos, conhecia como dona “Aroeira”.

Ela completou 7 km em 40 minutos da Maratona de Campo Grande na manhã deste domingo (7), mais uma dentre as várias que já correu em 33 anos de competição durante toda vida.

“Já fui uma das melhores do Estado. Hoje eu estou brigando nas faixas etárias, mas eu não vou parar nunca. pode escrever”.

Mas o apelido que tem origem na madeira da espécie aroeira, uma das mais resistentes, não é só por conta das maratonas que corre. A força e resistência de dona Maria se manifesta na rotina.

Com quase 70 anos, ela trabalha em três casas na Capital. Como dias todos ocupados de serviço, usa o percurso da casa até o trabalho como forma de treino.

Dona Aroeira acabando de chegar dos 7 Km na Maratona de Campo Grande (Foto: Juliano Almeida)
Dona Aroeira acabando de chegar dos 7 Km na Maratona de Campo Grande (Foto: Juliano Almeida)
Dona Aroeira antes de começar a Maratona de Campo Grande (Foto: Juliano Almeida)
Dona Aroeira antes de começar a Maratona de Campo Grande (Foto: Juliano Almeida)

“Eu saio do meu apartamento, que é na rua da Divisão e vou pros empregos correndo. Aí quando eu estou na Tamandaré, na Avenida América, vou correndo, quando eu estou aqui perto da Cassems, que é outro prédio que eu trabalho, venho correndo, daí meu apelido, “Aroeira”, “Aroeirinha”.

E completa ressaltando também suas qualidades como pessoa, não só atleta. “Aqui é boa mãe, boa sogra, boa vó, boa amiga, não tenho problema com nada disso. Só não tive muita sorte com amor, mas o de Deus nunca faltou, nunca faltou. eu estou super bem né”.

Na prova de Campo Grande, dona Aroeira ainda teve um agravante, o sono. Ela mal dormiu. “Cheguei ainda agora aqui na Rodoviária, peguei um táxi e vim pra cá. O meu objetivo vai ser chegar bem. Como o meu patrocinador, não cobra resultado meu, o negócio é que eu viajo, que eu corro, então. Mas eu gosto de dar esse prazer de subir o pódio”.

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