Estevão Petrallás anuncia afastamento após 6 anos na presidência do Operário

Em uma noite marcada por agradecimentos, orgulho e críticas o presidente do Operário Futebul Clube, Estevão Petrallás, anunciou o seu afastamento do cargo que ocupou desde 2014. Seu vice-presidente o coronel Nelson Antonio da Silva também está deixando o posto. Quem assume a presidência do clube é o também coronel Edilson Osnei Nazareth Duarte,

A reunião com tom de despedida, ocorreu na casa do então presidente do clube, esta noite (27) e reuniu os diretores, membros e presidentes dos conselhos deliberativo e fiscal do Operário. Segundo Estevão, motivos particulares e a preocupação com a própria saúde o levaram a tomar a decisão de se afastar da presidência do clube.

"A licença se baseia em assuntos particulares que eu tenho que administrar e por conta da minha saúde. Eu preciso pensar um pouco na minha reestruturação financeira, porque realmente a gente sofre muito no clube, a gente se empenha. O Operário é um clube que requer uma dedicação um pouco maior e isso faz com que a gente acabe se afastando um pouquinho da nossa família. Por conta da pandemia, eu comecei a viver mais perto da minha família", comentou.

Petrallás também ressaltou sobre a importância de uma mudança de ares na gestão do clube. "Chegou a um ponto que esse time precisa voltar a ter dirigentes sérios e competições de forma decente e organizada. O Operário pensa diferente e nós precisamos colocar alguém para oxigenar. Nós vamos dar o apoio que eu não tive no começo. Depois de 21 anos, o Operário volta e se torna o maior time de MS. É um clube que tem que ter dias melhores", comentou.

O agora ex-presidente também ressaltou que está deixando o cargo com a sensação de dever cumprido.

"A grande felicidade nossa é de poder entregar um clube arrumadinho. Eu sou muito grato a esse pessoal que colaborou muito com isso. Não tenho dúvida que acertamos muito mais do que erramos. Houve erros e assumo todos eles. De 1 a 10 hoje, a nota é perto do 10", diz.

Ao comentar sobre o atual panorama do futebol sul-mato-grossense, Petrallás criticou a  conduta da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul).  "A federação está em outros tempos. A época do coronelismo mudou e algumas pessoas não perceberam isso. Nós queremos progresso. A crítica não é contra a pessoa (presidência), mas é contra a gestão, porque entra ano e sai ano e é a mesma. Os clubes hoje estão pobres e a federação está rica. O Operário é maior que a federação", disse.

Já o então vice-presidente do Operário, Nelson Antonio da Silva, ponderou que o anúncio do afastamento da presidência, não significa a saída da dupla de dirigentes do operário. "Nós resolvemos nos afastar, mas não abandonar o clube. Queremos dar liberdade para uma nova gestão com mais força que a anterior".

"Nós vamos continuar como conselheiros, trabalhando em prol do clube ainda. A intenção é essa, dar uma oxigenada na direção do clube. A nossa missão foi cumprida. O Operário é tocado por paixão", comentou.

Nelson Antonio também não deixou de criticar a federação. "A gente também busca uma mudança na federação de futebol MS. A federação precisa dessa mudança urgente, porque ela não representa mais os clubes da forma como tem que representar. A federação precisa de uma alternância da sua gestão. A política do ‘quanto pior, melhor’ não pode mais existir", critica.

Com o afastamento quem assume a presidência do clube Operário é o coronel Edilson Osnei Nazareth Duarte, que antes ocupava o cargo de presidente do conselho deliberativo do clube. Edilson adianta que a sua principal prioridade a frente do Operário, será o reforço da categoria de base.

"Nós vemos como prioridade imediata da nossa gestão, reestruturamos principalmente a nossa categoria de base, junto com o futebol feminino, sem descuidar da categoria profissional e também da necessidade urgente de um centro de treinamento", conclui.