Fã incondicional, Paulo César coleciona álbuns da Copa do Mundo há 48 anos
Paixão nasceu aos 12 anos e acervo pessoal conta com exemplares desde 1930
Guardar os álbuns da Copa do Mundo pode parecer uma vontade adolescente ou desejo de criança, mas para um campo-grandense é voltar a um tempo de glória. Paulo César Silvério Barbosa, de 60 anos, guarda álbuns da Copa do Mundo há 48 anos anos. O acervo pessoal conta com relíquias de 1930.
A paixão pelo futebol é coisa de família. Nascido na Copa de 1962, o garoto foi influenciado pelo pai a colecionar álbuns. Ele tomou gosto pela então “brincadeira” em 1974, aos 12 anos, quando começou de fato a juntar os itens.
Quatro anos depois, Paulo completou o primeiro álbum solo. O colecionador nunca deixou de fomentar a paixão pelas páginas carregadas de história, nem mesmo depois do nascimento dos três filhos.
A paixão por colecionar álbuns foi passada de geração para geração. Hoje, dois dos três "herdeiros" apreciam o costume e gostam do assunto. Para Paulo, colecionar álbuns aproxima familiares “O que mais gosto é ver pais e filhos, avós e avôs juntos. Isso cria, socializa,”revelou.
Entre tantas páginas históricas, o primeiro, conquistado junto com o pai, é o mais significativo. “O que mais marcou pra mim foi o primeiro, que meu pai me ajudou em 1974, e todos os álbuns já com meus filhos. Eu sempre busquei isso para ter meus filhos junto comigo”, contou. Além dessa edição, a de 1970 e 1974 também são especiais para o colecionador.
“Nasci na Copa do Mundo, quando o Brasil foi campeão, em 1962. Pra mim tem um valor muito importante. Na minha infância uma importante foi a copa de 70, com meus 8 anos. Em termos de álbum de copa, é a mais importante, são mais caros, não tem nem o porque. Foi lá que foi um ‘bum”.
Para ele, a copa de 1970 é o período tão especial, que Paulo sonha em conseguir o álbum original da época, sem as figurinhas “É a copa mais importante para quem coleciona, mas muito difícil. Quero um álbum zerado, com figurinhas amareladas pelo tempo” comentou.
Preço - Colecionar os álbuns pode ser um hobby caro. Paulo revelou que a edição mais valiosa do acervo pessoal são as duas da Copa de 70, reprint (réplica fiel). “Um álbum de 70, da Panini, sem figurinha é de R$ 8 a 10 mil, com figurinhas originais. Sem ser coladas, tem de 100 a 200 mil”. Este ano, o colecionador quase fechou negócio por R$ 22 mil, o álbum completo de 1970, mas desistiu ao perceber que não era original. “ A gente que coleciona sabe, vi que estava com brilho e identifiquei que não era possível, era reprint”.
Dificuldade - Para colecionadores, questões como o idioma são impedimento para encontrar os itens. Alguns álbuns não são vendidos em português porque a editora Panini, responsável pela distribuição dos álbuns, só começou a ser comercializada no idioma pela editora em 1990, em sociedade com a revista Abril Cultural. Outro fator que dificulta completar o álbum, este ano, é a numeração da figurinhas. “Esse álbum agora tem um diferencial. Ele tem uma certa dificuldade pela numeração. Todo álbum vem numerado de 0 a x. Mas, o que se torna difícil é que cada país tem uma numeração”, acrescentou.
Pandemia - Este ano as pessoas estão mais entusiasmadas com a Copa, segundo o colecionador, a euforia lembra a Copa de 1970. “A Panini não estava preparada e teve um aumento expressivo, ninguém sabe o porquê. Por isso está faltando figurinha, ela não está dando conta de suprir. Essa está totalmente fora do padrão”, finalizou.
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