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Esportes

Multicampeã na patinação, Mayke ensina técnicas em única escola de MS

Ela foi a 5ª melhor patinadora do mundo em 2019, quatro vezes campeã brasileira e 21 vezes campeã estadual

Por Gabriel de Matos | 24/01/2024 15:15
Patinadora Mayke Redel em quadra da Escola André Volnei (Foto: Paulo Francis)
Patinadora Mayke Redel em quadra da Escola André Volnei (Foto: Paulo Francis)

A Escola de Patinação Artística André Volnei recebeu uma visita especial nesta semana. Sediado na Rua Buenos Aires, bairro Vila Margarida, em Campo Grande, o espaço está com aulas da patinadora e multicampeã na modalidade, Mayke Redel, de 22 anos.

Atualmente, ela mora na cidade de Hamburgo, na Alemanha. Nascida em Indaial (SC), já morou em Florianópolis e Barcelona. Dentre as credenciais, ela foi a 5ª melhor patinadora do mundo em 2019, 4 vezes campeã brasileira e 21 vezes campeã estadual em Santa Catarina.

No entanto, ela não compete profissionalmente mais, em decorrência de uma lesão no joelho. Nos últimos anos, se dedicou a ser treinadora e professora de patinação artística. Mayke divide as atenções entre aulas on-line e reuniões pelo Brasil.

Patinadora em solo de patins no palco do Zbura (Foto: Acervo Pessoal)
Patinadora em solo de patins no palco do Zbura (Foto: Acervo Pessoal)

Nesta terça-feira (23) e quarta-feira (24), ela está na Escola André Volnei, a única no Estado para ensinar movimentos e dar orientação para a carreira de crianças, adolescentes e adultas sobre a patinação.

Antes de vir para cá, ela estava em Foz do Iguaçu (PR). A negociação junto ao professor André Volnei foi rápida e inusitada. Ele observou que ela tinha uma reunião no Paraná e começou a mandar mensagens. Deu certo e a patinadora chegou à Capital na segunda-feira (22).

Auge e lesão precoce -  Em entrevista, Mayke contou como começou a sua carreira. Nascida em Santa Catarina, ela ganhou de presente de aniversário uma aula de patinação quando tinha 6 anos de idade em 13 de fevereiro de 2007. "Minha mãe me levou porque queria que eu começasse alguma coisa, me levou para a Casa de Cultura. Não tinha mais vaga para balé e outras modalidades, só tinha a patinação".

Ela complementa que não sabia muito o que era. Ao ver outros atletas profissionais treinando, se apaixonou pela modalidade. "É isso que eu quero, comecei a fazer aulas todas terça e quinta-feira".

Em 2009, ela competiu pela primeira vez em Itajaí no Campeonato Catarinense de Patinação. Relatando a carreira, Mayke disse que tudo foi muito rápido. Em 2010, já estava competindo a nível nacional e depois as primeiras experiências internacionais.

Patinadora Mayke Redel mostrando uma das posições da patinação (Foto: Paulo Francis)
Patinadora Mayke Redel mostrando uma das posições da patinação (Foto: Paulo Francis)

"E aí logo depois aconteceu de eu ganhar a primeira medalha do Campeonato Brasileiro. Fiquei em terceiro. E daí eu consegui a vaga para o Sul-Americano. Fiquei em quarto no Sul-Americano e comecei a criar um nome nacional como uma atleta internacional", explicou Mayke.

No ritmo intenso de treinamentos, ela descobriu uma lesão no joelho no ano de 2017. Antes disso, chegou até a morar na Espanha. "Eu tenho lesão no menisco, não tenho cartilagem, tudo isso porque eu não tive preparação específica para meu esporte. A gente patinava sem se preocupar muito. O meu joelho é de uma pessoa de 50 anos".

Depois de um ano parada, em 2019, consegui minha vaga para o Mundial, passei por todas as fases. Competi no Mundial em Barcelona, em 2019, consegui ficar em 5º melhor do mundo. Foi um ano bem conturbado. Mas foi um sonho realizado", ressaltou Mayke.

Patinadora Mayke Redel colocando patins e arrumando roupa de apresentação (Foto: Paulo Francis)
Patinadora Mayke Redel colocando patins e arrumando roupa de apresentação (Foto: Paulo Francis)

O auge na patinação artística é precoce, conforme explicou a professora, por começar muito cedo, por volta dos 18 anos acontece o ápice. "Basicamente, depois disso, me apresentei em grupos de show e virei técnica."

Em 2023, ela parou de competir. O foco a partir daí foi realizar aulas on-line para patinadoras e rodar o Brasil fazendo as reuniões para aprendizado. A passagem dela desta vez no Brasil terminará na próxima semana. Ela primeiro foi para Florianópolis, depois Foz do Iguaçu, Campo Grande e Santos. Depois, retorna para a Alemanha.

Mayke elogiou a escola de André Volnei. "Tem uma vontade pessoal e o trabalho dele é muito bom, aqui há 16 anos". Para a patinadora, as principais dificuldades da modalidades consistem na falta de espaços.

Muitas vezes as pessoas chiam porque dizem que o patins vai arranhar as quadras. Mas podemos ver aqui que não arranham. Nunca é o futebol com as chuteiras, é o patins. Hoje as principais praças estão no Sul do país. Ainda precisa de vontade pessoal para ir rumo ao norte", complementou.

Como começar na patinação? - Mayke reforça que os cursos que ela ministra não são para quem é iniciante na modalidade. O público-alvo seriam pessoas mais experientes na modalidade. "Quem quer aprender, é recomendado que busque por escolas como a do André".

O professor André Volnei é o dono da única escola de patinação artística do Estado. Atualmente, ele tem cerca de 90 alunos, a maioria meninas. Desse grupo, 30 estão focadas para competições profissionais em 2024.

Já para quem deseja começar na patinação, André explica que tem turmas para vários níveis e para quem pretende iniciar na modalidade, é só procurar a escola pelo contato (67) 98451-6754 e no Instagram @patinacaocg.

Patins para patinação artística de Mayke Redel (Foto: Paulo Francis)
Patins para patinação artística de Mayke Redel (Foto: Paulo Francis)

Nas primeiras aulas, a escola oferece os patins apropriados para a modalidade. Tanto Mayke quanto André reforçam que não é recomendado que a patinação artística seja feita com patins de plástico ou os "comerciais, encontrados na maioria das lojas de esportes", explica a patinadora.

Isso porque eles não têm a estrutura necessária para aguentar o impacto e o peso de uma patinadora. "Muitas pessoas vêm e querem comprar o mais barato. Não adianta, nas primeiras aulas, oferecemos alguns que temos aqui. Se a pessoa quiser continuar, aí o pai ou a própria pessoa compra".

Em 2024, André disse que tem três competições nacionais previstas e a Copa Conesul, com patinadores internacionais. Além disso, fará uma apresentação de final de ano em outubro.

Professor André Volnei em entrevista na sua escola (Foto: Paulo Francis)
Professor André Volnei em entrevista na sua escola (Foto: Paulo Francis)

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