Nas quartas de final, Rússia surpreende também em conectividade na Internet
Fechado para o resto do mundo até 1991, o país da Copa de 2018 tem uma Internet com velocidade supersônica
A Rússia não está surpreendendo apenas em campo com a classificação da sua seleção para as quartas de final, depois de eliminar a favorita Espanha. Quem veio para a Copa do Mundo de 2018 e imaginava encontrar um país fora do mundo virtual, provavelmente se surpreendeu com a capacidade do sistema operacional russo no ambiente da Internet.
O país que no período de sua existência como União Soviética, uma junção de várias repúblicas socialistas, entre 1922 e 1991, era totalmente centralizado e centralizador, sob o comando do Partido Socialista, atualmente dá show de conectividade.
“A Internet aqui na Rússia é supersônica. Tem a velocidade do som”, resumiu o repórter da Rádio Jornal do Comércio, do Recife, Maciel Júnior, ao falar sobre a facilidade que encontrou no país para transmitir suas matérias para sua central em Pernambuco, basicamente áudios e vídeos. “É incrível. No Brasil a Internet só dá raiva”, ressaltou.
Nos estádios onde estão acontecendo os jogos da Copa do Mundo, pelo menos nos setores em que os jornalistas credenciados pela Fifa têm acesso, como o gramado, sala de imprensa, área de transmissão no setor de arquibancadas, sala de press conference (entrevista coletiva) e zona mista, o sinal de wifi é perfeito, e nem precisa dizer que é acessado simultaneamente por centenas de repórteres.
Há outro detalhe importante que chama a atenção: o jornalista credenciado só precisa fazer a conexão no wifi uma única vez e fica valendo para o Centro de Imprensa da Fifa, em Moscou, e todos os estádios onde tiver que trabalhar na cobertura de jogos da Copa do Mundo, seja qual for a cidade, mesmo que a mais de 2 mil km de onde se conectou.
No meu caso, foi em Rostov on Don, onde a Seleção Brasileira fez o seu jogo de estreia no dia 17 de junho, e desde então já passei por São Petersburgo, Moscou e Samara sem nenhum tipo de problema de acesso à Internet. Entre Rostov e Samara, onde na última segunda-feira, 02, o Brasil venceu o México por 2 a 0 pelas oitavas de final, por exemplo, a distância é de 1.287 km.
Fora do ambiente dos jogos da Copa do Mundo, a Internet é gratuita no metrô, nos trens, aeroportos, hotéis, parques, zoológicos, cafés e restaurantes. Neste caso, há alguns procedimentos que no primeiro momento assustam, a começar pela necessidade de se ter uma linha telefônica russa ativa para se conectar às redes de wifi, mas também é possível se você ativou o roaming do seu celular antes de sair do Brasil.
Todas as vezes que tentei usar wifi em cafés e restaurantes, acabei hesitando e tive ajuda de atendentes que me conectaram usando seus próprios dados. O sistema pede que você selecione a rede do local onde está, digite o código de telefone do seu país e o número do seu celular, depois disso aguarde via SMS um código de quatro números e na sequência pede para acionar o botão “connect” para o acesso a Internet. Confesso que não fiz isso, e quando comprei o chip de uma operadora russa, em São Petersburgo, por 650 rublos (R$ 40) para uso ilimitado por três meses, não tive mais essa necessidade.
Pelo que apurei com funcionários russos do Centro de Imprensa, o IBC (International Broadcast Centre), em Moscou, os procedimentos fazem parte de normas de identificação previstas em um decreto do Governo Federal russo publicado em agosto de 2014, que obriga as pessoas a se identificarem sempre que forem se conectar às redes de wifi, principalmente se forem públicas.
POR DENTRO DA COPA – Com o enviado especial Paulo Nonato de Souza, o Campo Grande News estará nos passos da Seleção Brasileira e de todos os acontecimentos que vão envolver o Mundial da Rússia. Veja esta e outras notícias no Canal Copa 2018.