Torcida celebra 84 anos do Operário e mantém vivo o sonho de voltar a ser grande
Time que disputou grandes campeonatos nas décadas de 70 e 80, hoje vive apenas na memória dos torcedores
Um dos clubes de maior tradição do Mato Grosso do Sul completa 84 anos de história neste domingo (21). Fundado por operários da construção civil em 1938, o Operário Futebol Clube, que encantou muita gente e amedrontava grandes equipes nas décadas de 70 e 80, hoje segue à risca a cartilha dos times pequenos no Brasil, com dificuldades financeiras e elencos limitados.
Mesmo sem ter grandes motivos para comemorar, o Galo da Capital, como é carinhosamente conhecido, possui torcedores apaixonados que sonham em ver o time figurando novamente entre os grandes clubes e disputando divisões de elite dos campeonatos nacionais.
A nível estadual, o Operário continua entre os participantes da elite, sendo inclusive o atual campeão estadual. Em 2023, o alvinegro representará Mato Grosso do Sul na Copa do Brasil, Copa Verde e Campeonato Série D.
“O Operário está em um momento de reconstrução, porque o clube deixou de existir. Não tinha bola de futebol, não tinha nada. Tudo que acontece no clube é colaborativo. O Galo está mais unido dessa vez, mas ainda falta muito para o resultado que a torcida quer”, conta André Monteiro, 34 anos, conselheiro e torcedor fanático do Operário.
Entre as torcidas organizadas do Operário, que estão presente em todas as partidas, destacam-se a Garra Operariana, Esquadrão Operariano e Torcida 77, essa última criada durante a pandemia e que faz alusão ao ano de glória do time da Capital.
“O Operário está de volta a campeonatos nacionais. Minha paixão pelo Galo é paternal, meu pai, minha avó, e minha mãe são todos operarianos. Acompanho o Operário desde 87 quando comecei a frequentar o morenão, estive junto desde a gloria até a decadência e hoje o operário renasce”, acredita o torcedor e fundador da Torcida 77, Cristiano Cristaldo de 40 anos. “Na minha casa a gente respira o operário, tenho mais de 10 camisas e outros enfeites do galo”, finalizou.
A paixão pelo time passou de pai para filha. Giovana Cristaldo, de 13 anos, começou a frequentar o Morenão para ver o Operário jogar por insistência do pai, mas hoje não perder uma partida. “Aprendi a gostar do Operário, o primeiro jogo que fui não gostei, mas passei a gostar quando frequentei o Morenão. Virar operariana me aproximou ainda mais do meu pai. Desde 2015 começou essa paixão pelo time. Vou a todos os jogos e pra mim o que importa é só minha opinião e por isso sou operariana”, disse a estudante.
Presente no encontro de torcedores promovido em um bar na Avenida Antônio Maria Coelho, o vendedor Marcos Faria, 41 anos, não nega que conhecia bem pouco do time quando resolveu fazer parte da torcida organizada. São-paulino desde criança, o vendedor abriu um espaço no coração para o Galo e hoje não perde nenhuma partida.
“Conhecia bem pouco do time e entrei para a 77 a 2 anos e ainda conseguiu levar meu filho e a minha esposa. Aqui em Mato Grosso do Sul é galo, vou a todos os jogos, inclusive no título do Estadual em Aquidauana eu estava presente”, garantiu.
História - Operário Futebol Clube é conhecido por suas conquistas, sendo o maior campeão do Estado tem em sua lista quatro campeonatos mato-grossenses (1974, 1976, 1977 e 1978); 12 sul-mato-grossenses (1979, 1980, 1981,1983, 1986, 1988, 1989, 1991, 1996, 1997, 2018, 2022); três Ligas Municipais Campo Grande (1942, 1945 e 1966); um campeonato brasileiro - Série B 1987. (Módulo Branco); uma Taça Seleção da União.