A greve dos caminhoneiros e os caroneiros
Palanque rodoviário - A crise do combustível, que há uma semana domina o noticiário do País, com reflexos em todas as áreas, virou, obviamente, pauta para a disputa eleitoral de outubro. O palco político já está armado, em nível estadual e nacional. Não vai faltar quem se aproveite do movimento inédito dos caminhoneiros, com apoio de parte do empresariado, para fazer campanha.
Indireta - Figura essencial nos embates políticos do governo Temer, o ministro Marun, por exemplo, chamou a atenção para o papel do Legislativo em relação às reivindicações. Disse, em resumo, que essa conta não é só do Governo Federal.
Cada um no seu papel - Em vídeo gravado de dentro de um avião, citou que o governo não é contra a isenção de PIS, Cofins e Cide, como pedem os manifestantes. Mas argumentou que isso precisa ser aprovado pelo Congresso.
Gabinete de crise – A situação ganhou tamanha proporção que fez o governo estadual mobilizar a cúpula e garantir que estivesse todo mundo na Governadoria em pleno sábado à tarde. O expediente só terminou perto das oito da noite.
Carona amiga 1 - O tamanho alcançado pelo movimento dos caminhoneiros logo atraiu quem nunca nem tinha falado do assunto. Candidato do PDT, o juiz aposentado Odilon de Oliveira, fez textão na rede social, alinhado com os pedidos que estão sendo feitos nos protestos.
Carona amiga 2 - Movimentos como Vem pra Rua, que estavam um tanto adormecidos, convocaram protestos também, na rabeira da paralisação nas rodovias. O primeiro, na sexta-feira, não teve muito sucesso. O segundo, no domingo, alcançou um pouco mais de adesão, mas bem longe das concentrações à época do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Carona amiga 3 – Para esta segunda-feira, está convocado um protesto do “Movimento Família Brasileira”, em todas as capitais. Em Campo Grande, o chamamento é para a Praça do Rádio, a partir das 9h.
QG – O posto Caravágio, no anel viário de Campo Grande, transformou-se em um dos principais pontos de concentração dos caminhoneiros, desde o domingo passado, quando quem estava em viagem começou a parar, atendendo a convocação nacional
Sem estoque - No local, uma situação parodoxal: não havia mais gasolina nem álcool nas bombas desde sexta-feira. Mas o diesel, combustível mais usado pelos manifestantes parados por ali, estava sobrando nas bombas.
Fartura - O que não falta no ponto de manifestação é comida, principalmente churrasco. A ponto de os caminhoneiros brincarem que muitos vão voltar para casa muito mais gordos do que já são. "É almoço o dia inteiro", brincou um deles à reportagem do Campo Grande News.