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Jogo Aberto

Marun admite votar “até em Lula” no 2º turno em 2022

Anahi Zurutuza | 30/12/2021 06:00
Da esquerda para a direita, Marun, Eliseu Padilha, Michel Temer, Jair Bolsonaro no primeiro encontro de Temer com Bolsonaro, em novembro de 2018 (Foto: Alan Santos/Presidência da República)
Da esquerda para a direita, Marun, Eliseu Padilha, Michel Temer, Jair Bolsonaro no primeiro encontro de Temer com Bolsonaro, em novembro de 2018 (Foto: Alan Santos/Presidência da República)

Menos pior – Conhecido por não ter papas na língua, o emedebista Carlos Marun admitiu, durante debate político travado em grupo de WhatsApp, que deve votar em Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não seja reeleito. “Vamos tentar uma terceira via. Se não estivermos no segundo turno, apoiaremos o menos pior. Que pode ser Lula...", escreveu Carlos Marun, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo de Michel Temer.

Conversa vazada – O diálogo foi vazado pela colunista da Folha de S. Paulo, Mônica Bergamo. O MDB lançou recentemente a correligionária de Marun, senadora Simone Tebet, como pré-candidata à disputa presidencial, mas na conversa acalorada, segundo a coluna, o conselheiro discorria sobre a possibilidade do candidato da sigla ou apoiado pela legenda não ultrapassar a primeira rodada do pleito.

Vice – O político, consolidado por Mato Grosso do Sul e que hoje exerce a função de conselheiro da Itaipu Binacional, cargo ao qual foi reconduzido em maio de 2020 pelo então presidente, também afirmou ser inteligente da parte de Lula escolher Alckmin como candidato a vice, como vem sendo ventilado por aí.

Questão matemática – Enquanto alguns dos integrantes do grupo diziam estranhar a eventual União entre ex-adversários, Marun, também conforme a Folha, ponderou: “movimentação de Lula buscando Alckmin é algo politicamente inteligente. Como é a antítese da inteligência pregar que quem apoiou Bolsonaro não pode agora ter outra posição. É uma questão matemática. Se todos repetirem o voto do 2º turno [de 2018], Bolsonaro vencerá novamente”.

Arrependido – O conselheiro também abriu o jogo sobre ter escolhido Bolsonaro como candidato nas eleições passadas, como “muita gente”. “Naquele momento, Bolsonaro era menos pior que o PT. Por isto o centro votou [e] deu a vitória a ele", disse. “Falo por mim. Eu sabia dos riscos de ser um Governo chulo... me surpreendeu com alguns excessos. Eu confesso que, apesar de conhecer os arroubos de Bolsonaro, não imaginava que fôssemos chegar tão perto de uma ruptura institucional", continuou Marun.

Repercussão – A coluna da Folha tentou repercutir as revelações com Michel Temer, liderança emedebista que tinha Marun como fiel escudeiro após a queda de Dilma Rousseff (PT), mas o ex-presidente desconversou. “Tem muita coisa ainda para acontecer. Vou esperar os fatos”.

#Nãopassarão – Falando em MDB, a sigla saiu em defesa da senadora Simone Tebet após entrevista que lhe rendeu críticas, principalmente por parte da esquerda. O partido classificou como machistas os ataques feitos à pré-candidata à Presidência.

Ninguém imaginava – É que Simone foi dizer ao jornal português “Diário de Notícias” que “ninguém imaginava que [o presidente Jair] Bolsonaro seria o pior presidente da história” e virou vidraça.

No Twitter - Pelo Twitter, o perfil do MDB compartilhou uma foto de um sapato de salto alto vermelho e escreveu: “As últimas 24 horas mostraram que o salto alto é da cor abaixo e usado por machistas que atacam mulheres que dizem a verdade”, fazendo referência, provavelmente, à autoestima elevada de parte da ala de esquerda, conforme análise publicada pelo jornal O Globo.

Equilíbrio - O MDB completa a postagem aproveitando para endossar o discurso da chamada terceira via, escrevendo: “O Brasil quer #PontoDeEquilibrio”.

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