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Sem festa em cem dias, prefeito propõe planejar a cidade

Waldemar Gonçalves | 11/04/2017 06:00

Uma centena – O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), atingiu ontem a marca de 100 dias de gestão. Na presença de boa parte do secretariado, vereadores e outras figuras políticas, fez balanço do período e, por mais de uma hora, discursou sobre dificuldades, realizações e conquistas de sua administração.

Sem festa – “Não é dia de festa ou confetes. Não há comemoração, mas reflexão”, disse Marquinhos, no início de sua apresentação “responsável” e sem “colorir” os avanços de seu governo, cujos pilares são a “paz, harmonia e fé”, como classifica o próprio.

Obstáculos – “Uma enormidade de buracos, chuvas torrenciais, a saúde pública com almoxarifado vazio e inexistência de medicamentos, ausência de pagamentos a fornecedores, com a Santa Casa em atraso, Hospital Universitário ameaçando fechar, Hospital do Câncer pedindo R$ 8 milhões”. As questões citadas acima são alguns pontos críticos elencados por Marquinhos e enfrentados nestes 100 dias. E que ele promete superá-los.

Tapa-buraco – Com 85 mil buracos tapados até o momento, pelos dados oficiais, Marquinhos considera ser “irresponsável” estipular um prazo para dar fim de uma vez por todas a este problema. Até porque, enquanto fecha uns, outros se abrem na “pavimentação sofrível” da Capital. Mesmo assim, garante que os buracos serão tapados dentro de um período “recorde”.

Comparação – Com as pessoas pedindo pressa no tapa-buraco, o prefeito se diverte ao comparar com a operação feita pelo Exército em convênio com a prefeitura. “Olha, o Exército, que para muitos é um exemplo, pediu um prazo de 24 meses para fazer o recapeamento de duas ruas e duas avenidas. Vinte e quatro meses”, disse Marquinhos, sem deixar de conter um riso.

O plano – Mais cedo, em entrevista à Capital FM, Marquinhos reclamou da falta de planejar a cidade. “Campo Grande é uma cidade que sempre se administrou a fim de inaugurar placas e sem pensar no futuro. O que estou querendo fazer é planejar para os próximos anos da nossa cidade. Não vim fazer carreira política, vim reajustar e reorganizar administrativamente uma cidade que não tem planejamento”.

Sem dinheiro – Por fim, Marquinhos disse que não há dinheiro para investir em melhorias na cidade, nem em nível municipal ou estadual e muito menos em nível federal, que fechou todas as portas e está reduzindo em 40% o repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e os valores das emendas. “Em Brasília só se fala em governabilidade para o Temer e reforma da Previdência. Não se fala mais em ajuda aos municípios”.

Uber fechado – Gerente de políticas públicas da Uber, Mariana Polidório não permitiu que a imprensa acompanhasse, ontem, reunião entre ela e vereadores de Campo Grande. O objetivo do encontro, em tese, seria esclarecer questionamentos sobre o aplicativo das caronas pagas, em fase de regulamentação na cidade.

Política da empresa – Os próprios vereadores mostraram-se surpresos com a negativa à imprensa. Eles próprios haviam comunicado os jornalistas sobre o encontro. Dito pelo não dito, a justificativa foi que a medida faz parte da “política da empresa”.

Sem cochilo – Deputados do PSDB vão articular com os demais aliados para garantir a presença de ao menos 16 integrantes da base na sessão de terça-feira, na Assembleia Legislativa, quando deve ser votada a PEC do Limite de Gastos. A base andou dando algumas cochiladas em votações anteriores.

(com Anahi Gurgel, Leonardo Rocha e Richelieu de Carlo)

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