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Arquitetura

Casa Cor MS abre visitação após transformar 1.800 m² dentro de shopping

Ponto alto da edição de 2018 é a quantidade de revestimentos explorada pelos profissionais.

Thailla Torres | 19/10/2018 08:27
Com painéis e revestimentos do chão ao teto, esse é o ambiente criado por Alessandra Gibran. (Foto: Kísie Ainoã)
Com painéis e revestimentos do chão ao teto, esse é o ambiente criado por Alessandra Gibran. (Foto: Kísie Ainoã)

Em matéria de revestimentos, iluminação, cores e texturas, a Casa Cor MS chega em 2018 com muito mais referências que nas edições anteriores. A conexão entre luxo e materiais rústicos é um dos pontos percebidos ao longo dos 1,8 mil metros quadrados ocupados pela mostra de arquitetura, aberta nesta sexta-feira ao público no Shopping Bosque dos Ipês.

O conceito "Casa Viva" aparece em detalhes de objetos antigos, na mesa posta, no balanço dentro da cozinha, no contraste vibrante de tons, nas lembranças de viagens ou na música da suíte, escolhida pelo que representa para o dono do lugar.

Outro elemento que marca essa vontade de vida dentro de casa é a presença massiva de obras de arte espalhadas pelos 23 ambientes. Não falta identidade sul-mato-grossense em telas que apresentam Jorapimo, Ana Ruas, Jonir Figueiredo e Edson Castro.

Assim a arquiteta SilviaLoft criou o “Lounge do Jovem Colecionador”, com muitos espelhos e obras de arte. “Remete a um ambiente de quem está começando o gosto por telas, esculturas e móveis de designers conceituados, com peças mais leves, mas de valor por serem assinados. É estilo de um jovem que acredita na arte como investimento e lugar de contemplação”, destaca a arquiteta.

Em alguns ambientes o rosa prova que pode chegar para ficar. (Foto: Kísie Ainoã)
Em alguns ambientes o rosa prova que pode chegar para ficar. (Foto: Kísie Ainoã)
Chalé do Tempo de Letícia Fornari e Cristine Zeni, tomado pelo verde em papel e que até a mesa ganhou vida. (Foto: Kísie Ainoã)
Chalé do Tempo de Letícia Fornari e Cristine Zeni, tomado pelo verde em papel e que até a mesa ganhou vida. (Foto: Kísie Ainoã)

O que parecia um desafio desde o começo provou ser uma vantagem aos profissionais que participam da mostra. Como os arquitetos, designers e paisagistas partiram do zero em uma área vazia do shopping, sem a necessidade de preservar elementos do prédio, a intervenção foi maior. Os profissionais cobriram do teto ao piso e exploraram mais as possibilidade de gesso, iluminação e pintura.

Para a diretora-executiva da edição sul-mato-grossense Tatiana Ratier, o endereço foi um desafio e uma grande oportunidade para surpreender. “Todos receberam uma caixa, então justamente por não ter a intervenção de um imóvel as pessoas conseguiram explorar ao máximo os espaços. E cada um tem seu estilo, porque às vezes eles ficam um pouco parecidos, mas hoje você entra em ambientes extremamente modernos, clássicos e outros ousados”.

Revestimento é o ponto alto, não há nenhuma parede descoberta e os tons de rosa, azul e verde revelam uma tendência. Tem madeira, cimento queimado, espelhos, pedras, metal e uma variedade de pedras sofisticadas.

Mas a proposta de instalar uma piscina em uma varanda de 100 m² não aconteceu. "Por causa do espaço, foi impossível viabilizar a passagem em qualquer uma das portas", explica a diretora da Casa Cor MS, Luciane Mamoré.

Sem luz natural, os projetos de iluminação viraram estrelas dos espaços, com múltiplos pendentes e recortes no gesso e em painéis de madeira.

Não há janelas no grande pavilhão ocupado, uma deficiência na hora de levar o verde para dentro da mostra. A solução foi trabalhar com papéis de parede e estampas para indicar como seria o espaço com vidros e vista privilegiada para a natureza.

Sala dos Viajantes de Viviane Correa, com obras de arte do mundo inteiro. (Foto: Kísie Ainoã)
Sala dos Viajantes de Viviane Correa, com obras de arte do mundo inteiro. (Foto: Kísie Ainoã)

No projeto Chalé do Tempo, de Letícia Fornari e Cristine Zeni, as imagens são de bananeiras. O teto com estrutura de madeira recorreu a uma das estratégias de aconchego. Até o home office ganhou espaço especial para integrar a família, com lápis colorido, assim a família pode ficar sempre junta e curtir melhor.

Em 38 m², Desiree Mendonça provou que arquitetura e natureza caminham juntas até em ambientes corporativos com o “Lounge do Resort”, uma parceria com a Rio Quente Resort. Com cor de rosa millenium nas paredes cheias de boiseries, as famosas molduras de gessos, uma tendência barata que voltou forte, a arquiteta conseguiu transformar uma recepção em refúgio com barulho dos passos em palmeiras em vasos. No chão, o piso foi substituído pelo deck de madeira com espaços vazados preenchidos pela areia para apoio das plantas. “Um clima de férias, para que você se sinta fora da realidade”, destaca Desiree.

Inspirado nos cafés da França, as boiseries também aparecem no ambiente “Boulangerie”, uma padaria com toque de requinte e uma tonalidade de azul que deixa o espaço charmoso e ao mesmo tempo com toque contemporâneo.

De Dourados, o arquiteto Douglas Raidi trouxe a música e as cores para compor sua casa viva de 70 m². Inspirada na música de Arnaldo Antunes, o “Estúdio: A casa é sua” remete ao prazer de viver, morar e estar dentro de casa. Por isso, cozinha, sala, quarto e banheiros integrados trazem memórias e o cheiro de café. Com móveis de coleção e muita antiguidade, a mistura do verde e cor de rosa "maça" é maior exemplo da mistura do contemporâneo com o antigo, com lustre de décadas passadas que faz o visitante voltar no tempo, assim como a balança de bolicho no balcão da cozinha e a cristaleira de avó modernizada pelo neon com a palavra "Bar".

Detalhe do banheiro em ambiente inspirado na música de Arnaldo Antunes: "A casa é sua". (Foto: Kísie Ainoã)
Detalhe do banheiro em ambiente inspirado na música de Arnaldo Antunes: "A casa é sua". (Foto: Kísie Ainoã)
Loft de 100m² com peças reaproveitadas e balanço na sala. (Foto: Kísie Ainoã)
Loft de 100m² com peças reaproveitadas e balanço na sala. (Foto: Kísie Ainoã)

Reaproveitamento foi a inspiração do loft contemporâneo dos arquitetos Arthur, Joana e Miralba Moraes. No lugar, 50% dos materiais saíram de um ferro velho. São 100 m² de uma casa moderna e ao mesmo aconchegante com a mistura do ferro e da natureza.

É possível também viajar no tempo com espaços dedicados a memórias na “Sala do Viajante” de Viviane Corrêa. As malas expostas indicam a inspiração nas idas e vindas do morador, colocadas dentro de uma enorme estrutura vazada, montada com ferros de anaímes e que pode ser ajustada conforme a criatividade e o desejo de funcionalidade. Ali o visitante vê peças de todos os lugares do mundo e percebe o toque de brasilidade com verde nas paredes.

Ambiente para um jovem colecionador, recém apaixonado pelas artes. (Foto: Kísie Ainoã)
Ambiente para um jovem colecionador, recém apaixonado pelas artes. (Foto: Kísie Ainoã)

No Shopping Bosque dos Ipês, o resultado foi muito comemorado.

“Cada arquiteto recebeu um esqueleto com apenas piso e as paredes, e o resultado foi surpreendente, estamos muito satisfeitos”, diz a superintende do shopping Adriana Flores. “A arquitetura é uma modalidade importante para nós, nosso shopping tem uma arquitetura belíssima e nós sabemos que isso faz a diferença na vida das pessoas. Ter um ambiente bem concebido, onde as pessoas podem se sentir à vontade e serem bem recebidas é a proposta da Casa Cor e que tem tudo a ver com o que o Bosque busca oferecer”, pontua.

A Casa Cor MS está aberta ao público e segue até o dia 2 de dezembro. Além de ser uma mostra de arquitetura, os ambientes oferecem espaços para entretenimento com restaurante, um café francês e instalação. 

O horário de funcionamento é das 14h às 22h de terça a sexta,  das 13h às 22h no sábado e 13h às 19h no domingo. Os ingressos custam R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada). A mostra fica no Shopping Bosque dos Ipês e a entrada é pelo segundo piso.

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Pedra e plantas como revestimento. (Foto: Kísie Ainoã)
Pedra e plantas como revestimento. (Foto: Kísie Ainoã)
Ambiente que mistura verde e rosa. (Foto: Kísie Ainoã)
Ambiente que mistura verde e rosa. (Foto: Kísie Ainoã)
Em sala de leitura, lareira gira 360º e vira painel.(Foto: Kísie Ainoã)
Em sala de leitura, lareira gira 360º e vira painel.(Foto: Kísie Ainoã)
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