Casa quase acabou demolida, mas foi salva por afeto de 68 anos
Eva chegou a se mudar para o RJ, mas carinho pela casa fez com que voltasse para a Rua 26 de Agosto
No Bairro Amambaí, o carinho guardado por 68 anos fez com que uma casa na Rua 26 de Agosto fosse salva da demolição. Depois de perceber que os portões guardavam a história de sua vida, Eva Glória Barbosa resolveu manter as paredes levantadas e hoje não se vê mais longe delas.
“Ela sempre foi da minha família e agora é minha. Minha mãe comprou antes mesmo de eu nascer”, conta Eva. Mantendo a mesma arquitetura em que cresceu, a moradora precisou trocar alguns itens aos poucos e garante que não se arrepende.
Com o decorrer dos anos, novas telhas ganharam espaço e as antigas janelas de madeira ficaram apenas nas memórias. Uma nova tinta substituiu o branco anterior que foi se apagando, mas manteve a “cara” de sempre.
Preocupada em fazer com que a casa não perdesse suas características, Eva detalha que a reforma foi mais uma restauração. “Quis manter igual porque eu gosto dela, não quis mudar. É engraçado porque ela parece uma casa pequena olhando pela fachada, mas tem um tamanho bom também”.
Hoje, além do próprio desenho da casa e a da “moldura” que foi mantida, talvez o portão seja o vencedor no quesito de quem é mais antigo. A placa que indica a rua também já não é tão recente e as plantas do quintal vão guardando novas lembranças.
Seja pela calmaria, as lembranças do lar em que cresceu ou o gosto pelos detalhes da casa, até o Rio de Janeiro já foi trocado pela casa da 26 de Agosto. “Eu morei aqui por um bom tempo, depois fui para o Rio de Janeiro e voltei. Acho que tem uns 28 anos que voltei, minha mãe ainda era viva”, diz Eva.
Contando que morava em um apartamento na capital carioca, Eva explica que a vontade de deixar o lar campo-grandense não existe mais. “Eu gosto da casa, gosto do bairro também. Fui para o Rio de Janeiro e acho que voltei porque gosto mesmo mais daqui. Morei lá por 20 anos”.
Apesar de já ter pensado em demolir a casa, como ela narra, atualmente seu desejo é deixar o lar para sua filha. Assim como ela foi filha única, a sua também é e agora conta que o destino do lar passado de geração em geração não vai ficar mais sob sua responsabilidade.
“Eu já vivi bastante, tô ficando mais velha e minha filha é quem vai decidir o que fazer com isso. A casa tem memórias de todos esses tempos, vou ficar aqui enquanto puder”, completa.
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