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Arquitetura

De móveis a escada, dono construiu casa com “cara de marceneiro”

Roberto foi quem projetou cada detalhe do lar e mesmo escolhendo alvenaria não deixou madeira para trás

Aletheya Alves | 31/10/2022 06:20
Roberto levou 30 anos para finalizar construção de casa com seu estilo. (Foto: Aletheya Alves)
Roberto levou 30 anos para finalizar construção de casa com seu estilo. (Foto: Aletheya Alves)

Morando em Campo Grande há 42 anos, Roberto Antônio Barbiero levou ao menos 30 para finalizar sua casa no Bairro Monte Castelo. Usando de sua própria experiência como marceneiro, ele fez questão de construir o lar com vários detalhes em madeira, indo desde móveis até escadas e fachada para que tudo ficasse com sua personalidade.

“Eu não gosto dessas coisas luxuosas, gosto de coisas simples. Então fiz minha casa assim, só para eu gostar”, conta Roberto. Pensando em suas preferências, o marceneiro resolveu desenvolver seu próprio projeto de casa aos poucos e o resultado é encantador.

Com janelas amplas em toda a sala, a fachada da casa é o que mais chama atenção com a união das cores e o trabalho de alvenaria unido à madeira. “A parte de alvenaria não tenho experiência, então não fiz. Mas a escada, o painel dentro da sala, os detalhes do teto e da frente em madeira eu é que construí”, diz.

Apaixonado por madeira há mais de 40 anos, o marceneiro explica que não poderia deixar sua matéria-prima de lado no lar. Por isso, selecionou madeira “champagne” para ser usada na pequena escada e criou uma moldura tendendo para a diagonal com ferragens e madeira na fachada.

Detalhes em madeira vão do teto até escada. (Foto: Aletheya Alves)
Detalhes em madeira vão do teto até escada. (Foto: Aletheya Alves)
Marceneiro conta que seu objetivo foi manter o projeto simples e combinando com seus gostos. (Foto: Aletheya Alves)
Marceneiro conta que seu objetivo foi manter o projeto simples e combinando com seus gostos. (Foto: Aletheya Alves)

Explicando que o resultado de hoje é fruto de mais de três décadas, Roberto detalha que tudo era muito diferente quando comprou o terreno.

Na época, o espaço guardava uma casa pequena feita com tábuas que foram desfeitas anos depois. “Fiquei morando nessa casinha por dois anos. Quando dava aquela chuvarada, descia tudo por aqui. Minha cama ficava em cima de quatro tijolos porque a água passava por baixo”.

Antes da área frontal ser construída, Roberto tomou como foco a produção dos salões para fazer os trabalhos de marcenaria, dois quartos e uma cozinha. “Da sala, eu fiz o contrapiso. Lembro que comecei a trabalhar de empregado e precisava comprar maquinário, fiquei pensando que eu já tinha lugar para morar e que isso poderia esperar”, detalha o marceneiro.

Mesmo tendo as outras áreas da casa como prioridades, Roberto ficou com as ideias para a sala borbulhando na mente. Com tudo resolvido, as obras retornaram e o marceneiro conseguiu incluir a presença da madeira tanto no ambiente interno quanto externo da casa.

Além da casa em si ser tomada por detalhes da matéria-prima do marceneiro, é claro que a decoração não poderia ser diferente. “Tem aquele ditado de que quando a casa é de ferreiro, o espeto é de pau. Aqui não é assim, eu uso meu trabalho para deixar tudo do jeito que gosto”.

Todos os móveis foram produzidos pelo marceneiro desde quando veio para Campo Grande. (Foto: Aletheya Alves)
Todos os móveis foram produzidos pelo marceneiro desde quando veio para Campo Grande. (Foto: Aletheya Alves)
Armários da cozinha acompanharam toda trajetória do marceneiro. (Foto: Aletheya Alves)
Armários da cozinha acompanharam toda trajetória do marceneiro. (Foto: Aletheya Alves)

Detalhando sobre a decoração, também simples, Roberto conta que os móveis de madeira que se espalham pelo lar já estão se tornando relíquias. Na sala, tanto os sofás e mesa quanto armários e painel de televisão foram produzidos por ele.

Especial, um dos armários foi um presente dado pelo pai de Roberto e segue firme até hoje desde a década de 1980. Também marcando memórias, os armários da cozinha foram criados por Roberto assim que se mudou para Campo Grande.

“Esses armários foram um dos primeiros que fiz aqui e estão ótimos até hoje. Esse tipo de móvel continua fazendo diferença, ele é forte e se mantém mesmo”, Roberto conta.

Compondo o cenário completo da casa, o marceneiro brinca que tudo realmente tem um pouco de história. “Tem o móvel que meu pai me deu, os que eu fiz e até um forno que meu pai e minha mãe trouxeram do Sul. Hoje não uso tanto, mas quando alguns amigos vêm, usamos. Ficou como memória do meu pai e da minha mãe”.

Com a casa repleta de memórias, o marceneiro reforça que sua ideia sempre foi manter a vida simples. Agora, depois de 30 anos em construção, ele comemora a finalização do lar e completa que a última etapa é fazer o que ela sabe bem: cuidar, fazer manutenção e aproveitar a longevidade da madeira.

Peça foi feita pelo pai de Roberto e é mantida na casa até hoje. (Foto: Aletheya Alves)
Peça foi feita pelo pai de Roberto e é mantida na casa até hoje. (Foto: Aletheya Alves)
Forno integra as lembranças que se espalham pela casa. (Foto: Aletheya Alves)
Forno integra as lembranças que se espalham pela casa. (Foto: Aletheya Alves)
Todos os trabalhos do marceneiro são feitos no quintal de casa. (Foto: Aletheya Alves)
Todos os trabalhos do marceneiro são feitos no quintal de casa. (Foto: Aletheya Alves)

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