Empresário contraria pessimismo sobre Centro e começa reformas na Calógeras
Uma das regiões mais decadentes começa a ter obras em prédios abandonados que vão virar salas para aluguel
O cruzamento das avenidas Calógeras e Antônio Maria Coelho não é dos mais movimentados de Campo Grande e transmite, sem dúvida, um ar antigo e solitário. Diversas lojas, que anos atrás se mantinham abertas, fecharam definitivamente, muitas delas forçadas, especialmente, pela frequência de usuários de drogas na região.
Contrariando todo esse cenário, empresário de Campo Grande aposta na revitalização e prepara sete lojas para alugar bem na esquina. O mesmo espaço já foi bar e loja de móveis, para citar os mais recentes. Agora, o objetivo é formar sete espaços para aluguel, mantendo as características das fachadas originais, mas com cores claras e boa iluminação.
Quem conversa com a reportagem é o construtor responsável pela reforma, Fermino Ribeiro, de 76 anos, que acredita entregar tudo pronto dentro de três meses. “Aqui, estamos fazendo um trabalho de restauração, é importante frisar isso, pois vamos manter as características da época em que o prédio foi levantado, em 1924”, explicou.
Segundo ele, a frente será toda revitalizada e haverá traços que remetem ao atual perfil da Rua 14 de Julho, com mais iluminação, lixeiras acessíveis e bancos para descanso. O tom da pintura das lojas será pastel e a expectativa e retomar o público. “Tememos sim que vândalos ataquem por estar nessa área do Centro, mas por isso vamos investir pesado na iluminação para chamar as pessoas e também na parte de segurança”.
Quem está por lá há mais tempo não acredita que pode dar certo. Sapateiro de 72 anos, Ângelo Scarpilini é bem pessimista. “A Calógeras acabou depois que estação foi embora e já era. O movimento aqui é muito fraco. Perdi as contas de quantas pessoas já compraram ali e não deu certo”, lamenta.
Entretanto, na visão do dono do empreendimento, que não quer aparecer de jeito nenhum, não é assim. Ele acredita que a esquina onde está investindo é “uma das melhores para o comércio, no meu ponto de vista”. E apesar dos contras, ele avalia que é preciso investir em policiamento e que a revitalização que está sendo feita vai sim valorizar a região.
“Já tive outra construção na Orla Morena, perto daqui, e vendi. Aqui, meu intuito é alugar as salas, mas se alguém quiser comprar, vou vender”, analisa. Ele afirma que não há incentivos ou investimento municipais na região e que nem mesmo aposta na obra devido à revitalização planejada pela prefeitura, e o que o anima é, de fato, acreditar que o espaço pode voltar a ser um ponto comercial competitivo.
Isso é tão real que ele avalia que, se der certo, ele pretende comprar outros imóveis na mesma situação e também revitalizar. Sobre o valor que está sendo investido, ele não fala nada.
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