Para voltar à ativa, casarão famoso perdeu águia e ganhou mais pilares
Casarão ícone do bairro estava se deteriorando, mas ganhou novos donos e passou por reforma de quase 1 ano
Em 2014, a antiga “Mansão da Águia” no Chácara Cachoeira estava sob promessa de que iria voltar a funcionar, mas anos se passaram e o espaço continuou se deteriorando sem função. Após todo esse tempo sendo esquecida, a construção ícone do bairro ganhou novos donos e ainda mais pilares na fachada para voltar à ativa.
Localizada na Rua Luís Freire Benchetrit, a mansão não passa despercebida com seus quatro andares. Até 2022, o último parecia um espaço desconexo em relação aos inferiores por não manter a fachada branca, mas hoje a construção se tornou ainda mais imponente, como conta a nova sócia-proprietária, Vanda Lúcia Weiller de Vasconcelos.
Anos atrás, quando o Lado B mostrou o interior do casarão e contou que o espaço voltaria a ativa, a estrutura ainda estava bem preservada. Desde então, o teto cheio de detalhes foi prejudicado e toda a parte de fiação perdida.
Detalhando sobre o que o espaço se tornou e quais foram as mudanças necessárias, Vanda explica que a ideia no momento da reforma era aproveitar ao máximo o que existia. “Nós somos um escritório de contabilidade, por isso precisamos fazer algumas adaptações. Mas em geral, não houve mudança estrutural”.
Na fachada, a porta permanece a mesma e, assim como no restante do prédio, as janelas também foram mantidas. Unindo algumas decisões mais modernas ao estilo antigo do espaço, a entrada reúne os dois mundos.
Ali, o piso original de mármore foi possível de ser mantido, mas contrasta com o teto. “A gente queria manter ele também, mas era impossível. Durante o tempo em que o prédio ficou desocupado, ele foi bastante prejudicado, então precisamos refazer”.
Entre as principais mudanças, Vanda comenta que talvez a fachada tenha sido a mais visível. Isso devido à continuidade que agora existe entre todos os andares.
“Nós usamos o mesmo desenho das colunas abaixo para continuar em cima e a sacada ficou funcional. Outro ponto é que retiramos o muro da frente e fizemos uma escadaria ampla para dar acesso ao prédio, acho que isso reforçou a ideia da construção”, comenta.
Espalhados pelo prédio, detalhes da construção inicial permanecem e vão se transformando em parte da decoração. Como foi o caso de uma caixa antiga dos Correios, que ganhou pintura e agora atua como mais um adorno.
Sobre sua relação pessoal com a construção, Vanda comenta que nunca imaginou transferindo sua empresa para o local. “Eu sou uma pessoa que gosta de coisas modernas, então esse estilo está sendo uma exceção para mim. Mas algo muito interessante aconteceu quando nos mudamos e isso ficou gravado na minha mente”,
Vanda detalha que por ser religiosa, no dia da mudança pediu para que Deus desse uma palavra a ela e encontrou a passagem que parecia perfeita na Bíblia. “Em Ezequiel, essa passagem fala sobre a casa de Israel, em que um grande águia foi ao Líbano e levou a ponta de um cedro. Essa muda plantada em um campo fértil se tornou uma videira”.
Por se tratar de uma águia, como era conhecida a mansão, Vanda comenta que sentiu que o projeto era realmente o que deveria ser. “Nós queremos nos desvencilhar dessa imagem antiga da Casa da Águia e combinou muito bem”.
E, sobre a decisão de não derrubar toda a construção e sim fazer a reforma, a sócia diz que valorizar a história foi um dos pontos principais. “Sabemos da importância de manter essa história, de valorizar e é um ganho tanto para o bairro quanto para a cidade”.
Confira a galeria de imagens:
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