Apaixonados por moda, amigos criam primeira revista digital sobre tema em MS
Muito diferentes e com especialidades distintas, o grupo de amigos formado pelo jornalista e fashion stylist Lúcio Fonseca, 33 anos, a publicitária Aline Arcangelo, 27, a designer de moda Karenini Komiyama, 25, a administradora Márcia Marinho, 44, e o produtor de moda Thallyson Perez, 23, decidiram se unir para lançar uma revista especializada em moda.
Totalmente digital, a publicação será bimestral, com matérias de comportamento, arte, música e cultura, além dos editoriais.
O lançamento aconteceu na última sexta e o Lado B conversou com o grupo para entender melhor o projeto que se diz inédito aqui no Estado. "A iniciativa surgiu quando vimos que existia a carência de um canal de comunicação de moda", explica Lucio. "Campo Grande representa um potencial enorme, porém parecia estar 'adormecido'".
Na primeira edição, que já pode ser acessada no site da revista, mais de 40 pessoas colaboraram, direta e indiretamente. Foram 8 meses de produção.
O público alvo da publicação são os mais jovens, principalmente pelo fácil acesso da faixa etária às plataformas digitais. "Mas pode atingir até aos pais que não tiveram esse acesso à informação de moda anteriormente", enfatiza Lucio.
A maioria dos profissionais envolvidos sempre tiveram a moda presente em suas vidas, como a publicitária Aline, que recorda da infância, quando aprendeu a fazer acessórios artesanais com a avó. Foi seu primeiro contato com esse lado criativo. "Minha vó me ensinou a fazer brincos, colares e pulseiras artesanais, foi ela quem me influenciou a amar arte", conta.
Ela acabou se afastando desse universo durante a adolescência. Até que, para tirar uma grana extra, começou a produzir chokers e brincos. "As pessoas foram gostando e pedindo", relata. "Depois de um tempo morando fora de Campo Grande, percebi que acessórios têm força, você pode usar uma mesma roupa todos os dias, se trocar os acessórios fará total diferença. Descobri uma coisa nova da qual eu realmente gosto", analisa.
Ela abriu, recentemente, uma loja on-line para vender seus acessórios, a Modernita. O negócio se expandiu e agora ela também revende peças de outros fornecedores.
Para a publicitária, trabalhar com moda em Campo Grande é complicado, mas não impossível. "Somos uma capital com áurea de interior, mas percebi que chegou a hora de ajudar a movimentar de uma forma diferente", opina. "Aqui tem muita arte, muita música. Infelizmente, as coisas que damos valor são sempre as de fora. Queremos que as pessoas se inspirem e vejam que moda é fundamento e giro de economia, e não somente em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro".
Na primeira edição da Morenah, batizada assim em homenagem à cidade, há matérias com viés político, como a que traça relação da moda com feminismo e outra sobre a busca das mulheres por padrões de beleza inalcançáveis.
Tem também a parte cultural, como a entrevista com a cantora Maíra Espíndola, além dos editoriais com conceitos "descolados" ("fetish", "remixgenação"). Ao final, uma seção "Jovens de Sucesso", em que personalidades locais, que se deram bem na suas áreas profissionais, dão dicas para quem busca alcançar seus objetivos.
Apostando alto no projeto, o grupo de amigos descreve a revista como a "realização de um sonho". "Sou moda da cabeça as pés, não só em relação a roupas, mas no comportamento também", enfatiza Aline. A revista pode ser acessada clicando aqui.
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