Apesar da bebedeira, tatuador de balada vê poucos arrependidos
Flamarion é o tatuador que chega a fazer mais de 10 tattoos na noite e quer mais chance de mostrar sua arte
Nos fundos do Zé Carioca, um boteco sem pompas na Esplanada Ferroviária, que nos últimos meses reviveu como point da galera mais jovem é cenário também para tatuagens.
Entre cervejas e doses de conhaque, há quem tire R$ 50,00 do bolso e aposte sem medo num flash tattoo feito pelo tatuador Flamarion Diniz. Cheio de tatuagens pelo corpo e pelo rosto, o profissional é uma figuraça.
Divertido e cheio de histórias para contar, ele diz que chega a fazer 10 tatuagens na noite e que ele quase não vê gente arrependida, ainda que boa parte das escolhas seja feita na “emoção” ou no meio do “pileque”.
“A maioria me liga no outro dia dizendo que bebeu demais, que caiu na piscina ou até que usou droga. Mas eles não estão arrependidos, querem só orientação de como cuidar da tattoo daqui pra frente”, diz.
Com isso, Flamarion almeja fazer sucesso no universo da tatuagem. “Meu sonho é seguir com a minha arte, mas não é fácil”.
Por enquanto, a tattoo é renda extra. No dia a dia ele trabalha com sushiman em um restaurante da Capital, mas sonha levar a tatuagem para outros eventos.
“Acho que ter o flash tattoo em diferentes locais é uma forma de valorizar a nossa arte. Ainda tem gente que não entende que tatuagem é arte, é expressão, é estilo”.
O dono do boteco abriu as portas sem qualquer receio para Flamarion que, no dia da entrevista, aguardava um novo corajoso para receber agulha e tinta na pele. “Geralmente as pessoas são tomadas pela emoção do amigo. Tem sempre um amigo que do nada quer tatuar no rolê e arrastar o outro”.
Lua ou flores estão entre os desenhos mais escolhidos. O preço também justifica. “Tenho várias tatuagens de cinquentão. Então a galera sempre escolhe a mais barata”.
E se você é do tipo que não tem coragem de fazer tattoo, Flamarion encoraja o público do boteco com o próprio rosto.
Na pele ele leva desenhos, nome da mãe e até rabiscos. Isso porque ele tinha tatuado o nome da avó, mas depois do falecimento dela resolveu riscá-lo, com tatuagem, para amenizar a saudade. “Eu olhava no espelho e lembrava que ela não estava mais aqui. Então quis riscar”, justifica.
Quem quiser dar espaço para Flamarion tatuar nos rolês, o contato é pelo Instagram @_tattoodiniz
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