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Artes

Armazém Cultural recebe feira com arte que é símbolo de luta

Evento começou nesta semana no Armazém Cultural e reúne mais de 100 expositores da cidade

Jéssica Fernandes | 17/03/2023 07:11
Diva levou trabalho com ‘Abayomi' para conquistar o público. (Foto: Alex Machado)
Diva levou trabalho com ‘Abayomi' para conquistar o público. (Foto: Alex Machado)

Panos de prato, caixas decorativas, vasos, macramês, brincos, colares e móveis. No Armazém Cultural, a 1ª Feira Municipal do Artesanato revela a diversidade de trabalhos de mais de 120 expositores que usam e abusam da criatividade. Com entrada gratuita, o evento segue até o dia 19 de março, das 16h às 21h.

As produções artesanais revelam a habilidade de mulheres que sabem bordar, costurar, pintar e inventar muita coisa. Muito além de adquirir produtos decorativos ou utilitários, a feira é uma oportunidade para conhecer histórias por trás de itens, como um brinco de boneca de pano.

O Coletivo de Mulheres Negras de MS Raimunda Luzia Brito levou produções das integrantes do grupo que começou em 1995. A presidente Ana José Alves destaca a herança cultural que os artesanatos carregam.

Público pode conferir mais de 150 expositores na feira. (Foto: Alex Machado)
Público pode conferir mais de 150 expositores na feira. (Foto: Alex Machado)

“A gente tem que trabalhar com nossas cores, raízes, costumes, tradições e sempre enaltecendo e valorizando a cultura. Aqui nós temos seis stands do coletivo e cada um tá com um representante”, explica.

Entre as representantes está Diva Figueira Cardoso que levou as bonecas ‘Abayomi’ para o Armazém Cultural. As bonecas de pano são feitas com tecidos coloridos que formam saias de diferentes cores. As abayomi foram transformadas em brincos e chaveiros por Diva.

A artesã relata a origem dessas bonecas que hoje são utilizadas como símbolo de luta. “Quando as pessoas vinham para o Brasil serem escravizadas, eles pegavam mulheres, crianças, famílias inteiras. A situação dentro do navio era horrível e para as crianças pior ainda. As mães, mulheres que estavam ali, arrancavam pedaços das roupas e faziam bonecas de amarração para dar às crianças. Daí que surgiu a história das Abayomi”, comenta.

Na entrada, público encontra parte da exposição na Avenida Calógeras. (Foto: Alex Machado)
Na entrada, público encontra parte da exposição na Avenida Calógeras. (Foto: Alex Machado)

Do outro lado da feira, Terezinha Pereira Teodosio, de 68 anos, mostra orgulhosa os enormes tapetes de crochê que produz. As peças coloridas são só uma linha da produção que é composta por chaveiros de miçanga no formato de animais, por exemplo, capivaras e jacarés.

As bijuterias de miçanga também tem lugar na vida da artesã que adora mostrar o que faz. “Eu gosto de vir e não me importo se vendo ou não vendo. Importa que eu vou mostrar o meu trabalho”, fala.

O evento, conforme Creuza de Abreu Garcia, é uma visibilidade para artesãos que durante muito tempo não tinham espaço para exporem os produtos. “O artesanato era mais restrito, hoje é bom porque você encontra os amigos artesãos e vende também. É gratificante”, destaca.

Bolsas integram produção artística repleta de cores e desenhos. (Foto: Alex Machado)
Bolsas integram produção artística repleta de cores e desenhos. (Foto: Alex Machado)
Expositora, Terezinha segura tapete produzido em macramê. (Foto: Alex Machado)
Expositora, Terezinha segura tapete produzido em macramê. (Foto: Alex Machado)

Opções de produtos para comprar é o que não falta para o público que encontra no lugar desde itens para cozinha a sabonetes artesanais. Que gosta de decoração com itens personalizados também é contemplado na feira.

Lucimara Baggio, de 49 anos,  é proprietária do Toque do Céu. Há três anos, ela trabalha com madeira rústica e MDF que viram luminárias, tábuas e quadros religiosos.

Ela comenta que a 1ª Feira Municipal do Artesanato, assim como outras realizadas na cidade, possibilita um contato próximo do público com a produção artesanal. Essa interação, conforme Lucimara, é bem melhor do que por redes sociais.

“Eu gosto porque as pessoas conseguem ter um contato melhor com as peças do que por fotos. Você também começa a conhecer outras pessoas diferentes”, diz.

No Armazém Cultural, o público pode conferir além dos trabalhos, shows e apresentações artísticas no palco montado dentro do espaço. Na Avenida Calógeras, próximo a porta de acesso do Armazém, expositores também estão vendendo pães, doces artesanais.

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