Artista plástica é convidada para expor no Louvre e quadros rodarão o mundo
Alice Hellmann terá três quadros expostos durante um fim de semana no 'Carrousel du Louvre'
Estrear no circuito internacional expondo no maior museu do mundo não é pra qualquer um. Esse feito foi conquistado pela jovem artista plástica Alice Hellmann, que tem apenas 26 anos. Ela foi convidada pela galeria de arte finlandesa Ava para expor três quadros entre os dias 20 e 22 de outubro no “Carrousel du Louvre”, no Museu do Louvre em Paris e depois terá as obras expostas na sede da galeria em Helsinque, na Finlândia, por alguns meses até que seus quadros farão parte de outras exposições por diversos países. A exposição no maior museu de arte do mundo conta com 600 artistas de todo o mundo.
O convite para a tour internacional partiu de um amigo que ela conheceu no Recife há um tempo atrás. Ele trabalha atualmente na galeria e se interessou por um de seus quadros. “No início de julho eles oficializaram o convite com uma publicação no Instagram. Foi um choque pra mim, fiquei muito feliz”, recorda. “Isso é algo que nunca passou pela minha cabeça, nem tinha esse sonho porque achava que era inalcançável”, completa.
Dos três quadros que serão expostos, dois já estão finalizados. Em todos ela utiliza a técnica de spray, que conheceu com amigos que a convidaram para grafitar. “Passei a utilizar nas telas por conta da praticidade. É mais rápido pintar com spray, dá pra mudar tudo com muito mais facilidade pintando por cima. Considero uma técnica de pintura porque não estou utilizando mais como arte urbana”, Explica Alice.
A obra principal se chama Renascer e está avaliada em 3.500 euros. São dois olhos feitos com spray dourado e contornos em preto, além de uma folha folheada a ouro no meio representando um terceiro olho. O outro retrata uma índia, inspirada numa amiga. Também é dourado com os contornos em preto. O Terceiro quadro ainda está em processo de construção.
Os desenhos são dos olhos foram medidos e alinhados milimetricamente na tela. “Utilizei a técnica que usava numa marca de bolsas que trabalhei no ano passado para medir o desenho. O spray dourado foi algo que sobrou da cenografia de um show que eu fiz. Encontrei e resolvi pintar com ele, deu certo”, comemora.
História
Alice se apaixonou pelo desenho ainda na infância. Quando criança era arredia e agressiva no colégio, para acalmar seu ânimo a mãe a colocou em aulas de pintura e musicoterapia. “Tenho tela assinada de 1997, quando tinha seis anos. O interesse veio cedo e nunca mais foi embora”, reflete.
Depois que terminou os estudos o sonho de cursar artes ficou mais próximo, porém não passou no vestibular do Paraná e começou a cursar Design na UCDB. Ficou no curso por um ano até prestar vestibular para Artes Visuais UFMS em 2010, tendo iniciado o curso lá em 2011.
Foi neste ano também que iniciou seu contato com o grafite. Um amigo a chamou para pintar e a arte urbana chamou sua atenção. Depois participou do concurso da Prefeitura para pintar os tapumes da praça Ary Coelho e terminou em terceiro lugar. “Não parei mais de grafitar depois disso. Fiz paredes de bares, quartos e casas de amigos, lojas, muita coisa”, enumera.
Até que em 2015 foi a Londres num evento internacional sobre grafite em que aprendeu muito. “Foi um divisor de águas pra mim, conheci muita gente e até pintei num espaço lá”, lembra.
Ela espera agora servir de inspiração para os jovens artistas. “O pessoal desiste rápido dos sonhos, tem que persistir, correr atrás, nunca me imaginei lá. Não tive referência de algum artista jovem daqui indo pra um circuito tão grande como este, espero que isso encoraje os colegas”, conclui.