Bailão com Delinha e nostalgia do Balão Mágico arrastaram 20 mil para a 14
Com zero ocorrências policiais, a inauguração da Rua 14 de Julho levou, literalmente, famílias inteiras ao Centro de Campo Grande. O show de Delinha colocou todo mundo para dançar e o bailão que antecedeu a apresentação do Balão Mágico reuniu cerca de 20 mil pessoas, que se espalharam entre as Ruas 15 de Novembro e Dom Aquino, segundo apurado pela Guarda Municipal.
Uma multidão ocupou a frente do palco e mais parecia um dia de Carnaval. A diferença é que 50% do público era de criança. Pouco antes do início do evento, balanço feito pela Guarda Municipal a partir da mediação de um drone, cerca de 16 mil pessoas passavam pelo local. O ápice de cerca de 20 mil ocorreu perto das 20h30.
Delinha estava muito emocionada e se resumiu em parabenizar Campo Grande. O show muito esperado pelos presentes começou com a canção “Antigo Aposento”, que é composta pelo trecho “[...] A noite estava clara com o seu luar de prata. Fui fazer a serenata invés de cantar chorei [...]”.
Mas a emoção também estava na plateia. Com todas as letras na ponta da língua, a recepcionista Vanessa Nunes Ávalo, de 39 anos, foi especialmente para rever Delinha no palco. Criada em uma família de músicos, ela escuta a cantora desde pequena.
“Meu avô Urbano Lopes era músico. E Minha avó Domingas Lopes chegou a trabalhar com a Delinha. É uma família paraguaia e essas músicas correm em nossas veias”, garante.
Delinha é referência até para recém-chegados. O casal de mineiros Juelson Oliveira Gonçalves e Marta Silva, ambos com 29 anos, afirmam que o nome da cantora foi um dos primeiros nomes a ouvirem.
“Foi um dos primeiros nomes que ouvi, quando cheguei e claro, vamos aproveitar e assistir ao Balão Mágico”, afirma o servidor Público.
“Realmente é um nome consagrado no Estado”, completa a professora.
A criançada estava em peso e Luiz Fernando Rodrigues de Paiva, de 11 anos, engrossava a soma dos fãs da “Dama do Rasqueado”.
“Em casa se não é minha mãe é minha vó que coloca Delinha. Mas é claro que quero ver Balão Mágico”, garantiu.
Enquanto o show rolava, o baile rolava solto. Aos 81 anos, Madalena Santos Ribeiro e a filha Cristiana Germano dos Santos abriram a roda ao som de “Sol e a Lua”.
“Delinha é tudo de bom, é nosso tesouro”, afirmou Cristiana. “Dancei muitos bailes ao som de Delinha”, completou Madalena.
Às 21h30 ocorreu a passagem de som do grupo nacional, o que deixou a plateia um pouco ansiosa. O prefeito aproveitou o momento para pedir que o público à beira do palco se sentasse para garantir a visibilidade de todos.
Assim que as cortinas se abriram, o público curtiu a música "Depende de Nós" enquanto fotos com Fofão e toda a turma eram projetadas ao fundo do palco. Olhos brilhando da criança ao adulto, a abertura com “Amigos do Peito” foi arrepiante.
Para quem chegou às 17h30 ver o show rolar foi uma realização. Lene Magalhães, de 45 anos, levou dois netos, mas, na verdade, era quem mais queria ver a apresentação.
“É muita nostalgia. Acho que o evento foi bem família, mas pela multidão ficou difícil com criança”, garantiu.
Davi de 6 anos, ensaiou em casa, antes de seguir para o show ao lado da mãe Adriele Alves, de 25 anos. “Eu sei metade da música, mas também ouço Delinha”, garantiu.
“O repertório dele é bem adulto. Ele também ouve sertanejo com a gente porque não gosto de deixá-lo só no celular ouvindo qualquer coisa”, garante a mãe.
Ao Lado B, a galera foi unânime em dizer que “com certeza” a Rua 14 de Julho pode e deve se tornar ponto cultural de shows e atividades para os campo-grandenses. No entanto, não agradou a todos.
Uma das prejudicadas foi a família da professora Marlene Veiga Espósito, por exemplo, que teve dificuldades para ouvir parte do show. Ao lado do marido, filho e duas netas, a diretora da empresa Instituto Renascer de Consultoria, Treinamento e Coaching foi para prestigiar o show de Delinha e as netas para curtir Balão Mágico.
“Delinha é maravilhosa não dá para perder. Mas o som ficou muito baixo”, afirmou.
“Vim pelo Balão Mágico”, frisou Mariana, de 9 anos. “Eu também”, completou Vitória, de 15.
A família chegou às 19h30 e também aproveitaram a queima de fogos silenciosos, medida que protege crianças deficientes, idosos, enfermos e animais domésticos.