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Artes

Boca Suja vai mostrar o poder da performance e provocar a sociedade

Segunda edição do evento Boca Suja será realizada nesta sexta-feira, com entrada gratuita

Thailla Torres | 15/11/2022 09:35
O evento é uma mostra de performance na rua, que encanta, provoca e cria uma outra perspectiva para a cidade. (Foto: Tero Queiroz)
O evento é uma mostra de performance na rua, que encanta, provoca e cria uma outra perspectiva para a cidade. (Foto: Tero Queiroz)

Na próxima sexta-feira, parte da Avenida Calógeras vai virar uma mostra de arte a céu aberto com a realização da segunda edição do Boca Suja. O evento é uma mostra de performance na rua, que encanta, provoca e cria uma outra perspectiva para a cidade.

O evento foi criado e produzido por Estefânia Martins, artista de rua desde os anos 90 que, exausta de um cenário de desvalorização, decidiu criar um projeto que desse espaço para quem extravasa, traz discussões indigestas e provoca uma reflexão profunda através da arte.

“O Boca Suja é para receber vários artistas que não têm espaço. Nós somos artistas que não estão nos museus, que não estão nos projetos aprovados, artistas esquecidos, sem incentivo e artistas estreantes, muita gente nova que precisa colocar para fora e se comunicar”, explica Estefânia.

Primeira edição do evento reuniu diversos artistas na Esplanada Ferroviária. (Foto: Tero Queiroz)
Primeira edição do evento reuniu diversos artistas na Esplanada Ferroviária. (Foto: Tero Queiroz)

Por amor e necessidade, Estefânia se uniu a outros artistas para produzir o evento na raça, sem qualquer verba pública. A primeira edição, realizada em frente ao bar do Zé Carioca, na Esplanada Ferroviária, surpreendeu quem participou.

“A primeira edição foi fabulosa, inesperadamente apareceram mais de 10 inscrições e vimos performances variadas, com linguagens híbridas, que une dança, teatro, poesia e outras expressões”, lembra o ator e diretor teatral Fernando Cruz, que integra a programação da segunda edição do evento.

Boa parte das performances apresenta ao público um diálogo sobre a cidade, questões humanas, homofobia, feminicídio, espaço público e liberdade. “Nossa arte é política, porque fala de coisas indigestas que as pessoas não querem ouvir. Muitos dos meus trabalhos não são aprovados porque vão criticar o próprio governo, meus trabalhos vão dar nomes aos bois, vão dar nome à corrupção, por exemplo”, destaca Estefânia.

Artistas Estefânia Martins e Fernando Cruz. (Foto: Tero Queiroz)
Artistas Estefânia Martins e Fernando Cruz. (Foto: Tero Queiroz)

Por isso, o Boca Suja nasceu para romper com a censura e dar voz a diferentes artistas. A segunda promete muitas surpresas com performances que envolvem dança, música, teatro, poesia, rap e artes visuais.

O evento será em parceria com a Feira São Chico, comandada por Camila Santana, que levará à Plataforma Cultural a feira com gastronomia e artesanatos.

Quanto ao Boca Suja, estão previstas 15 performances e haverá fotografia, pintura, desenho, artesanato, teatro e videomapping .

“Será uma unidade dos artistas, comunhão de várias linguagens e chance de poder conversar com artistas totalmente diferentes de você”, convida a artista.

O evento será no dia 18 de novembro, a partir das 17 horas, na Plataforma Cultural. Fique por dentro da programação no Instagram (clique aqui).

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