Casa centenária foi transformada por dupla que virou até 'pedreiro'
Guido e Tatiana decidiram unir seus trabalhos para criar mais um espaço cheio de arte
Na esquina da Rua dos Ferroviários com a Avenida Mato Grosso, a antiga casa de madeira construída na época da NOB (Noroeste do Brasil) chama atenção há um bom tempo e parte dessa história se construiu com o artista Guido Drummond. Mas, nos últimos meses, a arte terapeuta Tatiana De Conto se uniu ao projeto para transformar o antigo ateliê 118 no museu Casa Amarela.
Partindo das palavras de Tatiana, os dois precisaram se tornar vários profissionais para dar conta de adaptar a casa com as próprias mãos. “Nós ainda temos coisas a finalizar, mas estamos aqui dentro há meses. Sabe quando você precisa se animar? Então, resolvemos colocar as pessoas para dentro para essa energia chegar”.
Anos atrás o Lado B contou sobre as intervenções que Guido inseriu na casa (que não era amarela) e espalhou pelos muros. Agora, a história toma novas formas com o projeto que abre as portas ao público neste sábado (21).
“Esse projeto já existe há um bom tempo, eu trabalho com o MuAU (Museu de Arte Urbana) e, agora, a Tatiana soma nessa espaço com toda a bagagem dela. Nossa ideia é que as pessoas entrem aqui e sejam impactadas de alguma forma, eu realmente acredito que ninguém vai conseguir sair sem nenhuma mudança”, descreve Guido.
De forma resumida, o novo museu vai unir exposições artísticas com o desenvolvimento de ações culturais. Na programação que está sendo construída estão incluídas oficinas, rodas de conversa, atividades voltadas para mulheres, leituras coletivas, contação de histórias, visitas guiadas e experiências imersivas.
Antes da chegada de Tatiana, o artista já trabalhava no espaço com seu ateliê e realizava algumas ações como o projeto “Memórias do Trecho”, que uniu artistas para contar histórias nos muros de parte do complexo ferroviário na Avenida Mato Grosso. Nessa ação, inclusive, Tatiana já estava presente.
“Sou apaixonada por contar histórias, então essa intervenção foi algo incrível e, inclusive, vamos receber profissionais mexicanos que vão fazer novas artes. Eles ficaram encantados com o projeto e se ofereceram voluntariamente para fazer os murais em troca apenas de alimentação e hospedagem”, diz uma das responsáveis pela Casa Amarela.
Abrindo um parênteses para o assunto, uma movimentação já está ocorrendo para ajudar nessa produção através de uma rifa. Quem se interessar, é só entrar em contato pelo número (67) 98446-3469.
Voltando para a Casa Amarela, tanto Guido quanto Tatiana destacam que o empenho em criar um local com sala de leitura, espaços com arte e projetos que envolvem levar os artistas para dentro é somado à necessidade da valorização da cultura.
Isso porque apesar de a cidade estar retomando e criando algumas atividades culturais, quem trabalha com arte precisa de coragem para seguir.
De toda forma, apesar das dificuldades, os dois insistem na área e têm como objetivo despertar a vontade de que o público valorize as ações.
Hoje, no espaço, quem entra terá contato com peças de Guido, que usa materiais diversos para criar obras de arte, além de peças da Alexandra Camillo, ceramista, e do surrealista Luis Xavier. Além disso, as contações de histórias por Tatiana também já têm força
Confira a galeria de imagens:
Programação sendo construída
Como dito anteriormente, a Casa Amarela abre as portas neste sábado (21) para um sarau. “O evento marcará o início de uma nova fase, convidando artistas, poetas e a comunidade para celebrar a arte e a cultura. O sarau será um encontro de expressões variadas, com dança circular, música, poesia, contação de histórias e performances, refletindo o espírito colaborativo e criativo da Casa”, destacam os organizadores no convite.
O evento começará às 18h com dança circular para homens e mulheres, contação de histórias às 18h30min e varal dos sonhos às 19h.
Além do sarau, o espaço também está integrando a Primavera dos Museus com rodas de conversa, lançamento de livros e oficinas. O destaque será no dia 26 de setembro para a roda de conversa “Inclusão e acessibilidade nos museus” e o lançamento do livro "A religião afro-brasileira – Educação e Cultura", no dia três de outubro.
Mais informações podem ser acompanhadas através do perfil no Instagram @casa.amarela.muau.
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