Casal foi das plantas à madeira e feltro para recomeçar história

Há mais de dez anos, Maria Inês Costa Belgario e João Texeira Belgario deixaram São Paulo para recomeçar em Mato Grosso do Sul. Sem muitas oportunidades de emprego, o casal se viu precisando abraçar a criatividade e desde então transformaram a casa em um ateliê com “mil mudas” e “mil artes”.

“Escondido” no Residencial Betaville, o lar do casal foi se adaptando conforme os ventos mudavam. Hoje, a sala comercial reúne desde bicicletas consertadas por João até uma variedade de artesanatos e peças de marcenaria, tudo feito pelos dois.

Seja baús em tamanho real, móveis em miniatura e peças variadas feitas com feltro, cada item nasceu pelas mãos de João e Maria. “A gente aprendeu tudo mesmo quando chegamos aqui. Fomos aprendendo conforme a necessidade e hoje fazemos de tudo”, explica Maria Inês.

No início da história em Campo Grande, ela conta que os dois não imaginavam que iriam trabalhar com as peças atuais. Em um ramo bem diferente, ambos se dedicaram a aprender sobre como fazer mudas.

“Quando o bairro nem era bem dividido ainda, nós fizemos um viveiro de plantas. Brinco que eu não sabia nada mesmo porque a primeira planta eu coloquei de ponta-cabeça na terra. Então fui aprendendo mesmo”, diz Maria.

Mesmo com o projeto tendo dado certo, ela relata que o modo de trabalho foi mudando até que o canteiro ficou de lado e a marcenaria foi nascendo. “Eu e o João começamos a mexer com a marcenaria e eu ajudava bastante ele. Antes nós fazíamos muita decoração em MDF para festas, mas com a pandemia mudamos de novo”.

Assim, os moldes em MDF se juntaram às plantas e móveis sob encomenda, trabalhos com torno de madeira e pequenos itens de decoração e brinquedos foram se desenvolvendo. Na sala de vendas, há pequenas cadeiras de balanço para os gnomos de feltro, trenzinhos decorativos e cenários com móveis de brinquedo.

Sem usar laser, Maria detalha que os cortes vão sendo feitos à mão e surgem a partir da criatividade do marido. “Eu fazia mais coisas com ele na marcenaria, mas acabei mudando para o artesanato. E combina mesmo uma coisa com outra”.

Na loja, que ganhou o nome de “mil artes”, o título realmente faz sentido e a proprietária conta que chega a ser engraçado os resultados da variedade. “Às vezes, a pessoa vem para comprar uma bicicleta, aí vê o artesanato e quer levar algo, depois se lembra que quer um móvel ou precisa arrumar um que tem em casa. Vai vendo uma coisa e sai com outras”.

Sem preconceito com trabalho, os dois comentam que desde pronta entrega até encomendas, um pouco de tudo é aceito. E para conferir mais sobre o que há de disponível é só acessar o perfil @com_feltro para artesanatos e @milartesartefatos para marcenaria.

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