Chega de só Rio e São Paulo, MS dá conta de filmes nacionais
Diretor, Aaron Salles trouxe projetos nacionais para gravar em Três Lagoas e Campo Grande
Por Aletheya Alves | 18/09/2024 06:35
Gravação do curta-metragem em Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)
Mostrando que o cinema nacional não precisa ser gravado apenas no eixo Rio/São Paulo, o diretor Aaron Salles trouxe o curta-metragem “Nunca Te Prometi um Mar de Rosas” e tem provado que Mato Grosso do Sul dá conta. Nesse processo, o objetivo é profissionalizar o campo e gerar contato entre equipes para abrir novos espaços.
Desde sexta-feira (13), o diretor sul-mato-grossense está no Estado acompanhado do elenco composto por Leona Cavalli, Bruna Christofoletti, Gleycielli Novato, Cat Dantas, Maria Maya, Filipi Silveira e Dandara Queiroz.
E, com as gravações, um dos principais objetivos é descentralizar as produções audiovisuais garantindo espaço para Mato Grosso do Sul. “Para mim, é muito importante a gente trazer profissionais ultra premiados e respeitados do eixo Rio/São Paulo, do Rio Grande do Sul para cá e a gente formar os profissionais aqui”.
Aos olhos de Aaron, isso significa ter um próprio polo de produção audiovisual principalmente considerando a ampliação de possibilidades com a Rota Bioceânica.
Segundo o diretor, a localização de Mato Grosso do Sul é positiva tanto no caso de Três Lagoas quanto de Campo Grande para a parte de logística.
Temos o aeroporto que ajuda na logística e também aproveitamos estarmos em Três Lagoas, porque equipamentos de larga escala são levados de caminhão vindos de São Paulo e do Rio de Janeiro”, descreve Aaron.
Com isso em mente, desenvolver um polo audiovisual em Três Lagoas e consolidar o de Campo Grande para produções como filmes é algo que vem sendo realizado. “A profissionalização de quem já está por aqui é necessária e, infelizmente, não temos produção audiovisual suficiente porque ainda temos trabalhos apenas ligados à propaganda eleitoral e campanhas publicitárias pequenas”.
Agora, com os conteúdos voltados ao cinema, a vinda de profissionais reconhecidos nacionalmente passa a poder integrar o cenário. “Conseguimos trazer profissionais ultra competentes para produzirmos materiais bacanas em Mato Grosso do Sul e usarmos a equipe local que vai se profissionalizando com a constância de produção”.
Interpretando Jorge (o pai de Ida), Filipi Silveira tem uma longa relação com o audiovisual sendo produtor, ator e diretor. Mas, no projeto de Aaron, ele se dedica apenas à atuação.
Aproveitando a união dos diversos profissionais, ele destaca que as gravações em Mato Grosso do Sul promovem um intercâmbio geral. “É uma experiência muito positiva de aprendizado também porque a produção promove uma formação. Aqui, eu estou como ator, mas cada trabalho é um aprendizado”.
A presença de estagiários também é algo que Filipi vê como positivo, já que a formação de base está presente.
Tudo isso é interessante porque eu, por exemplo, faço produção e nós vamos absorvendo e fazendo amizades. Você cria uma cadeia produtiva e eu, talvez, um dia trabalhe novamente com essas pessoas nas minhas produções”, diz Filipi.
Exemplo desse intercâmbio é o preparador de elenco Diego de Lima. Do Rio Grande do Sul, ele está trabalhando com Cat Dantas desde o ano passado. E, em 2024, passou a atuar especificamente para o filme com o elenco.
Diego explica que acompanha Cat para o filme sul-mato-grossense desde março, enquanto o restante dos atores passou a ser preparado neste mês.
“Eu faço um trabalho com os atores para entenderem a profundidade do texto, as camadas para chegar na construção da personagem. Eu venho preparando a Catarina desde março e inclusive com fonoaudiólogo”, detalha Diego.
A função implica na busca por pesquisas que compõem as personagens e uso de referências indicadas pelo diretor.
Exemplificando, ele relata sobre o problema de Ida com a cor vermelha devido ao autismo. Por isso, foi necessário criar uma conexão da atriz com essa pauta.
