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Artes

Com a plateia mais fofa, teatro para bebês permite algo diferente com os filhos

Haverá sessão gratuita neste sábado (17), às 16h30, no Sesc Cultura

Thailla Torres | 17/11/2018 08:30
Rebeca, de 1 ano e 4 meses, emprestou o próprio laço para compor o cenário da peça. (Foto: Kísie Ainoã)
Rebeca, de 1 ano e 4 meses, emprestou o próprio laço para compor o cenário da peça. (Foto: Kísie Ainoã)

Sensível, sutil e acolhedor. Assim se resume o espetáculo teatral Co’Ser, criado para bebês de 0 a 3 anos de idade. Com a plateia mais fofa do mundo, se engana quem pensa que vai encontrar uma peça interativa ou de estimulação, é teatro de verdade com uma dramaturgia que emociona e capaz de fazer a família refletir sobre as diferenças.

Além de uma técnica inédita destinada aos pequenos, o espetáculo é a chance de se permitir fazer algo diferente com os filhos, diante da falta de eventos culturais na cidade que integram bebês.

Com linguagem infantil e ao mesmo tempo poética, durante aproximadamente 35 minutos, é surpreendente ver a reação das crianças. Acomodados no chão ou no colo das mães que sentam em pequenos bancos de madeira, o público fica vidrado em cada movimento dos atores.

Os bebês ficam vidrados. (Foto: Kísie Ainoã)
Os bebês ficam vidrados. (Foto: Kísie Ainoã)
Alice também saiu encantada da peça. (Foto: Kísie Ainoã)
Alice também saiu encantada da peça. (Foto: Kísie Ainoã)

Ninguém chora e alguns até tentam sair do colo da mãe para tocar no cenário simples, mas com cores que chamam atenção. Foi assim com a pequena Rebeca, de 1 ano e 4 meses, que se levantou e repetiu os movimentos sutis da atriz Angela Montealvão, que interpreta uma costureira sensível na voz e nos gestos.

Rebeca parecia saber o que tinha que ser feito, enquanto a costureira deitava no chão, ela se deitava também para o orgulho presente nos olhos da avó e da tia que curtiram pela primeira vez a peça teatral no SESC Cultura. “Eu fiquei encantada porque ela realmente gostou e interagiu. Parecia saber quer estava numa peça de teatro. Acho que é uma oportunidade única para as crianças e para os adultos também”, diz a tia e pedagoga Mirian Carla Janu, de 31 anos.

A estudante Ketleen Gomes, de 24 anos, ficou surpresa com a reação do filho de apenas 8 meses. “Ele ficou muito curioso, não parava de olhar as luzes, os objetos e pra gente é muito prazeroso, porque não são em todos os lugares que tem uma programação que inclui os bebês em um horário mais propício a eles”, explica.

A médica veterinária Ana Paula Gomes Amorim, de 44 anos, saiu encantada, e filha Alice, de 2 anos, não parava de sorrir. “É uma peça que desmistifica um pouco essa ideia que teatro é só para adulto. As crianças tem uma percepção muito grande do que acontece em volta e com tanta falta desse tipo de evento na cidade, acho importante fortalecer a ideia”.

Mãe ficou surpresa com a reação do filho. (Foto: Kísie Ainoã)
Mãe ficou surpresa com a reação do filho. (Foto: Kísie Ainoã)
Avó e tia acompanharam Rebeca. (Foto: Kísie Ainoã)
Avó e tia acompanharam Rebeca. (Foto: Kísie Ainoã)

Antes de dar início ao espetáculo, a produção conversa com as mães para tranquilizá-las sobre as reações dos filhos. Alguns pais ficam receosos com a possibilidade dos filhos “invadirem” o cenário, mas agir com naturalidade é a melhor opção. “É muito comum quando se fala em algo para crianças, a gente imaginar algo com muita energia. Mas aqui vamos do lado contrário, da calma, da plenitude e da poesia, porque nós acreditamos que nascemos assim e vamos sendo afetados ao longo da vida. Então é normal que alguns pais fiquem ansiosos”, explica Angela.

A peça propõe história de uma costureira que cria e conserta bonecas de pano e se depara com sua própria roupa rasgada na altura do peito. A partir do ofício de coser, a costureira percebe e constrói a sua própria identidade, portanto, a costureira tem a licença poética de coser as bonecas e também de coexistir, ou melhor, de co-ser, a partir delas.

Por isso, o espetáculo é também a oportunidade de encontro em família e a compreensão da autonomia e independência emocional dos bebês.

Quem quiser assistir ao espetáculo, haverá apresentação de Co’Ser neste sábado (17), às 16h30, no SESC Cultura que fica na Avenida Afonso Pena, 2207. A entrada é gratuita e limitada a 30 pessoas.

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Ana Paula ficou contente com uma programação diferente para curtir com a filha. (Foto: Kísie Ainoã)
Ana Paula ficou contente com uma programação diferente para curtir com a filha. (Foto: Kísie Ainoã)
A peça propõe história de uma costureira. (Foto: Kísie Ainoã)
A peça propõe história de uma costureira. (Foto: Kísie Ainoã)
Haverá sessão neste sábado (17), às 16h30, No Sesc Cultura. (Foto: Kísie Ainoã)
Haverá sessão neste sábado (17), às 16h30, No Sesc Cultura. (Foto: Kísie Ainoã)
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