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Artes

Com risco de pegar fogo, Aracy Balabanian fecha para 2ª reforma em 5 anos

Naiane Mesquita | 27/04/2016 19:47
Teatro está com problemas estruturais, de acessibilidade e na instalação elétrica (Foto: Alcides Neto)
Teatro está com problemas estruturais, de acessibilidade e na instalação elétrica (Foto: Alcides Neto)

O Teatro Aracy Balabanian, localizado no Centro Cultural José Octavio Guizzo, fechará as portas para reforma a partir do dia 1º de maio. Cinco anos após uma grande revitalização que incluiu investimentos federais no valor de R$ 417 mil e recursos do governo do Estado, o local mais uma vez receberá obras.

Elevador costuma ser alvo de críticas e impossibilita que cadeirante saia sem incomodar o andamento de uma peça (Foto: Alcides Neto)
Elevador costuma ser alvo de críticas e impossibilita que cadeirante saia sem incomodar o andamento de uma peça (Foto: Alcides Neto)

De acordo com o secretário de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery, apesar da reforma anterior, o espaço oferecia risco a população, incluindo incêndio.

“Principalmente o teatro. A fiação elétrica está com problemas, os materiais utilizados no teatro são altamente inflamáveis, o madeiramento que segura todo o plenário está com problemas na estrutura, as cadeiras de madeira estão com cupins até a base, muitas inclusive com risco de cair. Achamos por bem fechar antes que acontecesse uma tragédia”, afirma o secretário.

A avaliação do teatro ocorreu após uma reclamação da climatização do espaço. “Falaram que o ar condicionado não estava funcionando por falta de manutenção. Conversando, decidi agendar uma avaliação técnica que apontou todos esses problemas. A parte elétrica apresentava problemas com frequência, quando a atriz Letícia Sabatella se apresentou no espaço, teve um problema de respiração, que foi apontado por outras pessoas, uma senhora quase caiu de uma cadeira”, enumera Athayde.

Segundo o secretário, a reforma realizada há cinco anos foi uma “maquiagem”.

“Foi aquele negócio para inglês ver, não atingiu tudo que precisava ser feito”, explica. Por enquanto, o orçamento da obra está em R$ 300 mil. “Mas esse investimento foi na época em que iríamos apenas revitalizar a climatização e a fiação. Com essas novas situações precisaremos ir atrás de novos recursos, parcerias. A obra deve demorar cerca de seis meses, nessa primeira etapa só para abrir a licitação vai em média 45 dias”, descreve.

Construído na década de 80, teatro será revitalizado novamente (Foto: Alcides Neto)
Construído na década de 80, teatro será revitalizado novamente (Foto: Alcides Neto)

De acordo com o gestor do Centro Cultural, Leandro Caminha, o prédio também passará por novas intervenções para se adequar as normas de acessibilidade e segurança. “A estrutura está comprometida até pela idade do prédio, que tem 30 anos. Tem a questão da acessibilidade, que é lei, todos tem que ter acesso. Existe uma acessibilidade no teatro, o elevador, mas o espectador não tem como ir ao banheiro no meio do espetáculo, por exemplo, porque o acesso é pela lateral. Essas questões que estamos adequando”, afirma Leandro.

Athayde frisa que o Centro Cultural continuará aberto, com as atividades normais e apenas o teatro será fechado. Nesse caso, espaços alternativos serão utilizados. “Algumas peças serão apresentadas no Marco (Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande) e também no nosso prédio na Fernando Correa da Costa, buscamos uma sala para ser utilizada. Não queremos prejudicar o teatro em Mato Grosso do Sul”, diz.

Reforma - O Centro Cultural José Octavio Guizzo foi reformado em 2010 e 2011. As ações foram realizadas no piso térreo - Galeria Wega Nery, sala Rubens Corrêa, sala Ignês Corrêa da Costa, secretaria, sala Central e sala de Ensaio -, subsolo - Ateliê de Artes, sala de Música e depósitos – e piso superior - composto pelo Teatro Aracy Balabanian, foyer e sala Conceição Ferreira. Na época da entrega da obra, o governo do Estado afirmou que havia priorizado a acessibilidade, com a reforma e manutenção do elevador de acesso ao teatro, adaptação dos banheiros e instalação da passarela que liga o Centro Cultural com a Fundação de Cultura.

O espaço também recebeu instalações preventivas de incêndio, além de nova pintura externa e interna do prédio, melhorias na iluminação e instalação de refletores no pátio interno, reparos e troca de materiais nas instalações elétricas e hidráulicas e climatização da área administrativa.

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