Da música ao teatro, um adeus doloroso ficou marcado nas artes
Ano foi de despedida de grandes artistas sul-mato-grossenses
Do ano em que viu a esperança ser representada, também, pelas doses de vacina, a arte em Campo Grande guarda um doloroso adeus, repetido quase mês a mês, quando grandes nomes da cultura se foram.
Músicos, fotógrafo, cineasta, diretor e ator consagrado. Eles deixaram saudades e um legado de olhar sensível à cultura.
Em março, fãs se despediram cantor sertanejo Paulo Sérgio. A covid encerrou a carreira do músico que era parceiro de Santhiago nos palcos. O cantor começou a carreira ao lado de Marco Aurélio e era reconhecido como precursor do sertanejo universitário.
A covid-19 fez mais uma vítima no meio artístico em abril. Marcus Paulo Malagolini Ribeiro, 40 anos, conhecido pelo apelido de "Pimpo", era baterista conhecido no meio do blues e faleceu após complicações da doença.
Em maio, outro adeus doloroso foi dado a um dos principais personagens da cidade: Paulinho do Radinho, que deixou a vida aos 61 anos, após quase 2 meses de internação. Figura conhecida no Centro da Capital, durante 23 anos ele esbanjou alegria dançando para animar as pessoas que passavam pelo cruzamento da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena.
Junho começou o choro de amigos que se despediram de Jair Damasceno. O ator e diretor referência no teatro morreu aos 73 anos. O artista lutou durante um ano contra um melanoma raro no estômago. Ele deixa grande círculo de amigos e admiradores, além da família, composta pelo pai de 102 anos, mãe, irmãos e sobrinhos.
No mesmo mês, Lincoln Gouveia, que era vocalista da banda Canaroots e integrante da Associação Reggae Mato Grosso do Sul, morreu precocemente, aos 37 anos. Lincoln era publicitário e músico conhecido no Estado. Foi um dos idealizadores da Associação do Reggae Mato Grosso do Sul, que saiu do papel em 2020, com objetivo de reforçar a cultura e o gênero na Capital.
O músico herdou o talento do pai, Eduardo Lincoln Gouveia, ex-integrante do Grupo Acaba, conhecido como Lincão, que se despediu da vida aos 64 anos, em janeiro do ano passado.
Em julho, Mestre Galvão deixou nos amigos lembranças de música boa e alegria. O músico faleceu devido à covid-19. Lembrado pelos amigos como uma ótima companhia e animação de festas nas noites de Campo Grande, deixou história e amor pela música popular brasileira.
A covid-19 também encerrou a trajetória do cineasta Givago Oliveira, que morreu aos 40 anos, vítima de covid-19. Cineasta que vivenciava com emoção a arte de contar histórias através dos documentários, teve como um dos trabalhos mais reconhecidos o documentário T’amo na Rodoviária, que conta a história Centro Comercial Condomínio Terminal do Oeste ou “Antiga Rodoviária”. A obra começou a ser produzida em 2011 e foi lançada em 2018, celebrando naquele ano, o 96° aniversário do Bairro Amambaí, o mais antigo da cidade e berço da antiga rodoviária.
Em setembro, Zé Pretim partiu sem despedida e deixou sensibilidade fora do comum. Amigos fizeram homenagens e falaram da importância do homem que ganhou status de "Bluesman pantaneiro" e deixou vazio após sua morte. Zé Pretim também era reconhecido pela sua generosidade.
Aos 50 anos, o fotógrafo cultural Aurélio Vinicius morreu em novembro, após uma infecção hospitalar. Aurélio era conhecido por cobrir vários eventos culturais no Estado.
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