Famílias e namorados experimentam cinema no drive in, com pipoca e tereré
A experiência é nova para os que tem menos de 30 anos. Os mais velhos ainda guardam na memória, mesmo que em fragmentos, as sessões no drive in no estacionamento da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Para relembrar o passado, o FestCine trouxe de volta o cinema a céu aberto, no estacionamento do Shopping Norte Sul Plaza.
Uma parte foi fechada para a exibição dos filmes, alguns até produzidos no Estado, mas o espaço que tem capacidade para até 80 carros, até o início do filme abrigava apenas dez.
A expectativa sobre o drive in, segundo o organizador do evento, era grande, mas com a falta de público ele conclui que o motivo do estacionamento vazio é o que ele chama de “síndrome de campo-grandense”. “Falam que vão, mas chegam em casa, ligam a televisão e não saem, e ainda especulam o tempo”. Mas mesmo sem o público esperado, nada de frustração, garante: “É só o começo, ainda temos muito pela frente”.
Uma novidade para quem já frequentou foi que ao invés de caixas de som, o público pode escutar o aúdio dos filmes pelo rádio. Para o evento, foi criado um novo canal, a frenquência 100,9 da FM, para uso só durante as sessões.
Problemas com a tela de exibição atrasaram o início, mas não espantaram quem chegou ao local pontualmente às 19 horas, horário previsto para começar o evento.
A professora Adriana Loureiro, de 42 anos, tratou de reunir a família e levar a filha, Ana Luiza, de 14 anos, para que ela passasse pela mesma experiência que a mãe teve na infância. “Eu ia na Federal com a família assistir filme e minha filha só ouviu falar, para ela é uma novidade”, explica.
De tanto ver em cenas de filmes e de ouvir a mãe contar histórias, a adolescente conta que ficou curiosa e topou fazer o programa em família: "É diferente do que assistir na poltrona do cinema, mas estou gostando".
No carro também estava o pastor Franscisco Thiago, de 29 anos. Ele conta que resolveu aproveitar o dia de folga e conhecer como é assistir filmes em drive in. “Achei a ideia interessante, compartilhar o acesso, ainda mais por ser de graça”, comenta. “O carro é a extensão de casa, aqui funciona como a sala de TV, mas com um clima diferente”.
Casada com paulista, o engenheiro Fernando Klein, de 42 anos, Adriana conta que na cidade do marido, quando contou que ia ao drive in, o espanto foi geral. “Em São Paulo, a ideia de drive in está ligada a motel”.
Em outro carro, ao invés de pipoca, o tereré. O casal de namorados Louise Oliveira, de 19 anos e Sheinne da Cruz, de 24 anos, dispensaram o lanche e optaram pela bebida. “Já que aqui é mais tranquilo e está calor, trouxemos a o tereré”, explica Louise.
Mas quem quiser comer o lanche tradicional, tem um atendente do cinema no local, que anota os pedidos e leva a pipoca e o refrigerante até o carro. O preço é o mesmo do que é vendido nas salas comuns, porém a compra é feita somente com dinheiro.
Mas teve também quem não se adaptou a “nova” ideia. Para o estudante Edilson Soares, de 25 anos, assistir dentro do carro é "desconfortável". Já a amiga Francielly Rodrigues, de 27 anos, diz ter gostado da experiência, que para ela é “cult”. “É diferente, mas não sei se me acostumo”.
Mesmo sozinha, a professora universitária Miriam, de 60 anos, fez questão de prestigiar a ideia de resgatar o drive in e relembra que assim como ir ao cinema comum, na época, ir ao drive in era programa perfeito para os casais. "Ia assistir filme e namorar, foi uma pena quando cancelaram exibições".
Miriam Lopes, de 24 anos, foi ao cinema acompanhada do namorado, o advogado Thiago Martins, de 27 anos. Ela conta que resolveu ir por conta da curiosidade - “Sempre ouvi histórias da minha mãe e ficava curiosa”. Mas tem reclamação também e sobre a falta do “escurinho” do cinema. “Na sala comum ficamos mais à vontade”.
O festival de cinema acontece até sexta-feira e para assistir aos filmes não precisa pagar nada, apenas a taxa do estacionamento do Shopping, que é de R$3,50, a primeira hora. Confira a programação:
26/11 Terça / Cinépolis
20h – O Florista – Filipi Silveira
Brasil - Curta MS (18min)
Uma História de Amor e Fúria - Luiz Bolognesi
Brasil - Animação longa-metragem (75min)
26/11 Terça / Drive-in
19h – Sonho - Rafael Abarca
Peru - Curta sul-americano (2min)
Refém – Rogério Castilho e Guedes Junior
Brasil - Curta MS (4min)
Role # 2 – Rafael Mareco
Brasil - Curta MS (5min)
Corixo: A Mulher de Branco – Marcelo Moreira Santos
Brasil - Curta MS (15min)
O bebê de Maria - Miguel Horta
Brasil - Curta-MS (19min)
20h – Las Acacias –Pablo Giorgelli
Argentina - Longa metragem (85min)
21:30h – Hotxuá - Letícia Sabatella
Brasil - Documentário (70min)
27/11 Quarta / Cinépolis
20h – Hydrochoeruspaedia 3D–Hélio Godoy,Ludger Pfanz
Brasil - Curta MS (5min)
Smile – Camila Machado e Steffany Santos
Brasil - Curta MS (8min)
Wakolda – Lucia Puenzo
Argentina - Longa metragem (93min)
27/11 Quarta / Drive-in
19h – Memórias de Luz – Farid Fahed
Brasil - Curta-metragem MS (6min)
It's in your Eyes - Sergio Garcîa Locatelli,Sean Schoenecker
Peru - Curta sul-americano (6min)
El Revés - Gonzalo Perdomo
Peru - Curta sul-americano (7 min)
Projeto Big Fun - O Filme – Gabriela Silva Dias
Brasil - Curta MS (7min)
Sanda - O Box Chinês – Ulísver Silva
Brasil - Curta MS (8min)
Etá – Alan Caferro
Brasil - Curta MS (10min)
20h – Honra – Alexandre Couto
Brasil - Longa metragem MS (128min)
22h – Red Hookers – Larissa Anzoategui
Brasil - Curta MS (18min)
28/11 Quinta / Cinépolis
19h – Olho Nú – Joel Pizzini
Brasil - Documentário (101min)
21h –Tatuagem – Hilton Lacerda
Brasil - Longa-metragem (110min)
28/11 Quinta / Drive-in
19h – Carmo - Murilo Pasta
Brasil - Longa-metragem (98min)
21h – Gigante – Adrian Biniez
Uruguai - Longa-metragem (90min)
29/11 - Sexta / Drive-in
19h – Smile – Camila Machado e Steffany Santos
Brasil - Curta MS (8min)
Ela Veio Me ver – Essi Rafael
Brasil - Curta MS (16min)
O Florista – Filipi Silveira = 18min
Brasil - Curta MS (18min)
Do Sul, Mato Grosso do Sul – Fábio Flecha
Brasil - Curta MS (18min)
20h – No – Pablo Larraín
Chile - Longa-metragem (115min)