Feira dos Saberes mostra artesanato de todas partes do Estado
Itens como roupas, bolsas, comidas e joias ficarão disponíveis na Esplanada Ferroviária até amanhã (28)
O Armazém Cultural, na Esplanada Ferroviária, é o lugar onde o artesanato, a moda, a arte e a gastronomia de várias partes do Estado estão se reunindo. A Feira dos Saberes, que faz parte da programação do Campão Cultural, trouxe artesãos de várias partes de Mato Grosso do Sul para expor peças feitas de diversos materiais.
De Caarapó, município distante 274 quilômetros da Capital, Josefa Marques Mazarão trouxe suas bolsas, colchas e até ponchos feitos no tear. A lã de carneiro é preparada artesanalmente no Centro de Desenvolvimento Artesanal.
“Eu preparo a lã de carneiro e faço tecelagem faz 25 anos. Ela chega crua das fazendas, então, tem todo um preparo que eu mesma faço. Depois, tem o tingimento com alguns produtos naturais, como erva mate. Demora mais ou menos uns dois dias para fazer a peça, depois, tem a trema e, por fim, o acabamento”, detalha.
Dos 67 anos que Josefa tem, 20 são trabalhando no tear. “Eu vim da cozinha, mas amo muito mais o tear. Fazendo qualquer peça para mim está ótimo, contanto que eu possa tecer”, ressalta.
Também de Caarapó, Solange da Silva Francisco, de 40 anos, faz enfeites para erva-mate. A pequena escultura vem com um pedaço de metal, que é possível fincar na cuia com o tereré ou chimarrão. São pequenos desenhos de animais, casinhas, santinhos e o mais famoso: uma pequena chaleira.
Solange, inclusive, está aproveitando tudo o que pode para aprender mais artesanato. “Me inscrevi em várias oficinas, aprendi a fazer colares, a fazer várias coisas, estou aproveitando ao máximo”, expressou.
De Aquidauana, município distante 141 quilômetros de Campo Grande, a Associação de Descendentes Indígenas Terena de Aquidauana trouxe joias e roupas feitas a mão. “Parte da renda desses itens são, inclusive, revertidos para oferecer café da manhã gratuito para as crianças indígenas da comunidade”, comentou Hélida Lipú Mariano, uma das coordenadoras da associação.
Também do interior, Enilda Magalhães da Silva e Ivanir de Almeida, trouxeram artesanato kadiwéu para a Feira. Ivanir vive na aldeia, localizada próximo a Porto Murtinho, distante 439 quilômetros da Capital. “Pra mim, aqui na cidade, às vezes, é difícil conseguir o material. Vou na casa das minhas tias ou quando dá, lá na aldeia. Essas peças são da Ivanir, porque é assim, uma vai ajudando a outra", detalha.
De Campo Grande, Janaína Alves faz o famoso amigurumi, mas com os bichos do Pantanal. A receita do tucano, ela fez sozinha. “Regionalizar é um desafio, porque muitas receitas simplesmente não existem ainda para coisas mais específicas. Mas meu objetivo é focar justamente nisso”, ressalta.
Amanhã, dia 28, é o último dia de Feira. Ela acontece das 14h às 22h, na Esplanada Ferroviária, localizada na Avenida Calógeras, 3143, no Centro.
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