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Artes

Lambe-lambe de figuras icônicas leva representatividade às ruas

Através da arte, Fábio também presta homenagem ao Manoel de Barros e Paulinho do Radinho

Jéssica Fernandes | 02/10/2022 07:21
Fábio Faria segura ilustração inspirada no Paulinho do Radinho. (Foto: Arquivo pessoal)
Fábio Faria segura ilustração inspirada no Paulinho do Radinho. (Foto: Arquivo pessoal)

Os lambe-lambe trazem rostos coloridos, famosos e anônimos a partir da perspectiva do ilustrador e acadêmico de jornalismo Fábio Faria, de 23 anos. Há meses, ele realiza o trabalho artístico que é colado nas caixas de energia que estão espalhadas em diferentes pontos da cidade. Provocar a curiosidade da população a respeito da identidade de cada figura é o principal intuito dele.

Figura conhecida na cidade, Paulo da Silva Baptista, o ‘Paulinho do Radinho’ é um dos rostos famosos homenageados pelo ilustrador. O homem que esbanjava alegria por onde passava teve sua história contada no Lado B.

Outro que também foi lembrado por Fabil é o poeta Manoel de Barros, que recentemente teve a casa transformada em espaço cultural. Em relação ao projeto, Fábio explica o que o motivou a criar os lambe-lambe.

Poeta Manoel de Barros também foi homenageado pelo ilustrador. (Foto: Arquivo pessoal)
Poeta Manoel de Barros também foi homenageado pelo ilustrador. (Foto: Arquivo pessoal)

“Tinha ideia de fazer várias colagens pela cidade que representassem rostos não muito conhecidos e conhecidos para provocar a população, para eles se verem na rua e reconhecerem aqueles que marcaram lugares, como o Paulinho”, explica.

A ideia surgiu durante a pandemia, porém somente neste ano ele conta que pôs tudo em prática.“Eu parti pra ação, porque a gente teve uma flexibilidade maior, o pessoal já estava mais na rua e consequentemente conseguiria ver o trabalho. Em maio deste ano comecei a colar pela cidade o lambe”, fala.

Feitos na folha formato A3, os lambe que não são retratos de figuras conhecidas pelo público são resultado da criatividade de Fábio. Os traços de cada rosto, conforme ele, são inspirados em pessoas anônimas do cotidiano.

Além de rostos conhecidos, ele criou retratos de rostos anônimos. (Foto: Arquivo pessoal)
Além de rostos conhecidos, ele criou retratos de rostos anônimos. (Foto: Arquivo pessoal)

Para que a arte alcance diferentes públicos, Fábio realiza a colagem do material na rua. Ele comenta que o lambe do Paulinho era o que mais estava na expectativa para colar. “O que eu mais queria colar era do Paulinho, porque ele era uma figura icônica na 14 de Julho. Ele sempre estava lá para animar o público”, diz.

É claro que Fábio não pensou duas vezes onde deveria expor a figura de Paulinho. A Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de julho foi o ponto escolhido pelo estudante. Os demais lambes também foram colocados na região Central de Campo Grande.

Arte e reflexão - Além de prestar a homenagem aos homens que marcaram a história da cidade e retratar a diversidade étnica dos campo-grandenses, Fábio deseja que as pessoas reflitam ao verem as ilustrações.

Outro ponto importante, conforme o artista, é que essas mesmas pessoas se sintam representadas de alguma forma. “É para que as pessoas que passem na rua olhem e falem:  Quem é essa pessoa? Por que ela tá aqui?’ E que isso cause reflexão e que elas se sintam representadas”, frisa.

Para isso, ele seguirá fazendo intervenções artísticas no cenário urbano da cidade. “Meu objetivo é colar cada vez mais. Tenho cópias do Manoel de Barros, outras artes de pessoas marcante do Estado e de pessoas que criei”, conclui.

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