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Artes

Louca pra conhecer sopa paraguaia, Marília Gabriela está na Capital em peça

Ela é atriz principal de "Constelações", que será encenada amanhã e domingo, e falou ao Lado B sobre teatro, política e Campo Grande

Eduardo Fregatto | 25/08/2017 17:39
Marília falou sobre sua peça, Campo Grande e política . (Foto: João Paulo Gonçalves)
Marília falou sobre sua peça, Campo Grande e política . (Foto: João Paulo Gonçalves)

A atriz, jornalista e apresentadora Marília Gabriela está em Campo Grande pela primeira vez e se diz apaixonada pela cidade. "Nunca vi um lugar tão limpo e amplo. Estou louca pra conhecer mais", afirmou para o Lado B, numa entrevista hoje á tarde, no hotel em que está hospedada.

Ela conta que pretende conhecer um pouco da nossa gastronomia. "O sobá já está na minha programação, mas eu li que tinha outro prato que eu devo experimentar, é uma sopa paraguaia?", perguntou. Nós explicamos que a sopa, na verdade, não é sopa, e contamos os ingredientes usados no prato. "Isso é bom pra comer depois do espetáculo, não é?", continuou Marília, animada.

Sergio contou que já conhece bem Campo Grande e o sobá. (Foto: João Paulo Gonçalves
Sergio contou que já conhece bem Campo Grande e o sobá. (Foto: João Paulo Gonçalves

A atriz está na Capital para apresentar sua peça teatral, "Constelações", ao lado do ator Sérgio Mastropaqua, numa montagem de um texto do britânico Nick Payne, dirigida por Ulysses Cruz. As apresentações acontecem amanhã, às 21h, e domingo, às 19h, no Teatro Glauce Rocha.

A narrativa fala sobre um romance que envolve ciência e universos paralelos. Durante 1h15, são quase 50 cenas rápidas mostrando as infinitas possibilidades que poderiam acontecer entre o casal Marianne, uma física quântica, e Roland, um apicultor. As situações se repetem, mas as atitudes dos personagens mudam, gerando acontecimentos diferentes.

Para Marília, que se diz aposentada do trabalho como entrevistadora, a peça surgiu como uma oportunidade de fazer algo com prazer e paixão. "Eu sou uma questionadora, sempre fui. Não só passei a vida fazendo perguntas para os outros, mas eu sou aquela que questiona e usa as possibilidades", reflete.

Sergio e Marília Gabriela dividem o palco. (Foto: Caio Gallucci)
Sergio e Marília Gabriela dividem o palco. (Foto: Caio Gallucci)

"Desde o primeiro instante que bati o olho nesse texto, fiquei absolutamente fascinada. São sentimentos humanos, você tem o amor, a perda, a traição, a vida e a morte, a ciência, é uma peça que você não consegue deixar de se comover", define.

O ator Sérgio já havia tido uma experiência anterior com o texto de Nick Payne. "Eu produzi uma montagem dessa peça, em São Paulo. O que me encantou é a estrutura, são 48 cenas ágeis, é um desafio, é muito interessante de ser feito e de ser assistido", opina.

Ao final de cada espetáculo, Marília revela que tem feito uma inovação. Ela mesma se dirige ao público e explica melhor as motivações do autor do texto. "Contra a vontade de alguns, que acham isso inadequado, eu paro tudo e conto como surgiu a história. As pessoas ficam comovidas, é uma grande reação", avalia. "O público entende o espetáculo por si só, mas eu contextualizo. Eu acho importante, levamos tanto tempo para entender o que autor está dizendo no texto, porque a plateia deveria entender tudo em apenas uma sessão?", questiona.

Ainda deu tempo de falarmos um pouco da crise política pelo qual o País passa. "Eu estou horrorizada, enojada", disse Marília. "São magistrados livrando bandidos, cada vez que leio o noticiário tem algo pior. E eles continuam fazendo e as pessoas continuam achando que vai ficar tudo bem. Eu não acho que vai ficar tudo bem".

Marília diz que estudou muito sobre física quântica para o espetáculo. (Foto: João Paulo Gonçalves)
Marília diz que estudou muito sobre física quântica para o espetáculo. (Foto: João Paulo Gonçalves)

Ela também falou sobre seu afastamento atual das entrevistas, pelo menos nos canais de televisão. Para ela, o eixo comercial de emissoras só se interessa em um mesmo tipo de entrevistados, não tão interessantes assim. Os perfis com conteúdo, com algo a acrescentar, ficam de fora. "A sociedade como um todo não está bem aquinhoada para entender o que algumas poucas pessoas estão falando. E acho que isso se deve ao fato de que faz muito tempo que a educação e a cultura estão deficitárias em nosso País", explicou.

No momento, Marília se dedica mesmo ao teatro e, mais recentemente, ao tédio. "Eu comecei a trabalhar aos 20 anos. Entrevistei muita gente, internacional, daqui. Senti que já tinha sido suficiente. Atualmente, eu não quero fazer nada. Eu adoro. Fazer nada mesmo, nada, nada, nada!", finaliza.

Serviço - Os ingressos de "Constelações" custam R$ 150,00 (inteira) e R$ 75,00 (meia-entrada), no Setor A; R$ 120,00 e R$ 60,00, no Setor B e R$ 100,00 e R$ 50,00, no Setor C. É possível comprar os convites no stand no Shopping Campo Grande, 2º piso, perto da Riachuelo, pelo site www.compreingressos.com ou pelo call center 3003-9176. A classificação indicativa é 12 anos.

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