Luiz transforma lembranças de infância na roça em miniaturas
Após 20 anos prestando serviço para um restaurante, ele decidiu se dedicar ao artesanato
Cansado de trabalhar para os outros, Luiz Mauro dos Santos viu sua vida cotidiana mudar quando transformou uma pinha seca em ema. Desde então, ele começou a recuperar lembranças da infância na roça para criar cenários de madeira em miniatura.
Desde monjolo, uma máquina hidráulica rústica com fonte, até filtro de “barro”, Luiz conta que tenta trabalhar ao máximo com imagens de tempos mais antigos. “Eu fui criado na roça, era uma vida muito simples. Quando comecei a fazer o artesanato, vi que tinha muitas pessoas fazendo bichos do Pantanal, trabalho com argila, e fiquei pensando que precisava ser alguma coisa diferente”.
Foi assim que surgiu a ideia de resgatar as memórias, procurar novas referências e criar talheres, bares, panelas, poços e o que mais vier à mente em tamanhos reduzidos para decoração. “Eu faço bastante coisa por encomenda, mas também crio eu mesmo”, explica.
E, aumentando as técnicas, algumas peças são até automatizadas com eletricidade. Exemplo disso é o cenário com monjolo. Nele, Luiz fez questão de colocar um lampião que realmente acende e a fonte de água que funciona sozinha.
“Gosto desses trabalhos que às vezes me desafiam, porque mantenho minha cabeça trabalhando. Mas não acho nada difícil demais, acho que porque eu gosto mesmo de trabalhar com isso, me faz bem”, comenta o artesão.
Mas, antes de chegar aos móveis e cenários completos, Luiz explica que deu início ao gosto pelas artes ainda pequeno. “Quando era criança, gostava de desenhar paisagem, mas acho que isso saiu da minha cabeça para essas outras coisas entrarem”.
Por um bom tempo, o profissional ficou longe de seu lado mais manual e trabalhou prestando serviços para um restaurante. Cansado da rotina, decidiu que iria migrar de área e se lembra que se voltou ao artesanato de um jeito curioso.
“Eu estava na frente de uma casa, no início da tarde, quando caiu uma pinha seca perto de mim. Lembro que peguei ela, olhei e fiquei pensando que se parecia com uma ema”, detalha.
Na época, ele produziu algumas peças e tentou vender. Luiz conta que a ideia deu totalmente certo e, por um tempo, continuou produzindo os animais com pinhas.
Decidido a não sair mais do artesanato, as técnicas foram sendo aprimoradas até chegar aos trabalhos de hoje. Atualmente, além das miniaturas, o artesão também produz bancos temáticos em formato de cães, tamanduás e todo tipo de peça em madeira que o cliente imaginar.
Para conhecer mais sobre o trabalho de Luiz, suas peças são expostas na Feira Central e também na Praça Bolívia. Além disso, seu perfil no Instagram é @luizmaurodossantos.
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