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Artes

Mari abandonou a T.I para virar a 3ª autora mais lida da Amazon

Autora de Campo Grande já publicou mais de 120 livros e conta que escreve de 4 a 6 horas por dia

Por Aletheya Alves | 24/09/2024 06:53
Mari saiu da T.I e investiu na carreira de escritora. (Foto: Arquivo pessoal)
Mari saiu da T.I e investiu na carreira de escritora. (Foto: Arquivo pessoal)

Muito tem se falado sobre o mercado de T.I (Tecnologia da Informação) e como profissionais vêm se especializando para entrar na área. Na contramão, a moradora de Campo Grande, Mari Sales, resolveu sair da área e começar a viver da escrita. Desde então, passou a escrever de quatro a seis horas por dia, publicou mais de 120 livros e se tornou a terceira autora mais lida do programa de assinaturas da Amazon para livros digitais.

“Há um mito sobre criatividade ser aquele momento especial, que a história surge, cai do céu e você produz. Criatividade é exercitada e escrita pode se transformar em hábito”, resume a cuiabana, que escolheu Campo Grande como lar, sobre sua rotina de escrita. No cotidiano, além da escrita, ela usa o restante do tempo para se dedicar aos processos editoriais que ajudam no exercício da criatividade.

Tendo atingido a marca de eBook (livro digital) mais vendido de todo o Kindle Brasil em dezembro de 2021 com o livro “O Filho que Rejeitei”, a escritora tem uma história diferente do comum. E tudo começou a se construir em 2013, quando se mudou para Mato Grosso do Sul.

Na época, ela mantinha o gosto antigo por ler livros, mas o trabalho no ramo tecnológico ocupava todo seu tempo, tanto os horários comerciais quanto pessoais. A mudança para Campo Grande gerou um novo emprego e Mari conseguiu dedicar parte do tempo à leitura.

Foi nesse período que ela descobriu uma comunidade virtual sobre livros de romance e assinou o Kindle Unlimited, plano da Amazon que disponibiliza livros ilimitados mensalmente por um valor fixo.

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Em 2016, um amigo ficou desempregado e o ajudei a publicar seu livro na Amazon Brasil, para conseguir uma renda extra. Enquanto eu aprendia, percebi que eu também poderia publicar e transcrevi a história do meu parto, que estava em um diário de gestante, para o computador e publiquei meu primeiro eBook: Completa: O Nascimento de uma Mãe, explica a autora.

Aos poucos, Mari começou a escrever suas histórias mesmo trabalhando na T.I até que, em 2018, foi demitida. Ali é que resolveu tentar a carreira de escritora sem abandonar os conhecimentos relacionados  à tecnologia.

Ela relata que essa união é algo a ser destacado, já que a troca do livro físico pelo digital e aplicação de métodos da T.I na produção integram os “segredos” para o sucesso.

Em geral, a maioria de seus livros são de romance e possuem mais de 200 páginas digitais. Ainda assim, há histórias mais curtas, coletâneas de contos e noveletas.

Hoje, Mari possui parcerias com algumas editoras, mas a publicação independente é o que mais chama atenção até por ser mais rápida e depender apenas do autor e da sua renda. “Atualmente, todos podem publicar um livro de forma independente. Nada mais impede uma pessoa a fazer um livro, todos os profissionais do mercado editorial estão disponíveis de forma freelancer. Até a gráfica, é possível imprimir livros sob demanda, em baixas tiragens. O desafio está em encontrar os leitores para essa publicação, que demandará ações estratégias e assessoria de marketing”.

Nesse sentido, Mari defende que o maior desafio é a divulgação do livro e uso das redes sociais para esse processo. Na prática, o autor lido é aquele que consegue fazer o texto chegar ao leitor em meio a tantas produções.

Dicas para entrar no ramo

Mas, antes da divulgação, incluir a escrita no cotidiano é algo que a escritora define como ponto principal.

“Quando eu comecei a viver da escrita e minha produtividade chamou atenção das colegas de trabalho e das leitoras, eu percebi o meu diferencial. Trouxe o SCRUM da TI para a escrita, que é um framework de desenvolvimento ágil, que tem como princípio fazer pequenas tarefas todos os dias”, explica Mari.

De forma geral, ela estabelece metas e define o tempo de escrita de cada livro. Resumindo, são de 20 a 25 páginas por dia ou cerca de 5 mil palavras. “Para os temas, eu costumo olhar para o que as leitoras estão procurando, observo os livros mais vendidos e os que estão sendo mais comentados. Também gosto de ouvir histórias de família, ler notícias e depoimentos na internet, sempre me inspiraram a uma história de amor”.

E, já que estamos falando de livros digitais, aproveitar as tecnologias disponíveis é mais uma coisa que pode ajudar no processo, segundo a escritora. Em seu caso, Mari usa o revisor e leitor beta para deixar sugestões no texto dentro do Microsoft Word.

Há também vários cursos sobre o processo editorial, escrita e publicação que podem ajudar. “Eu sou a única que preciso aprovar e fazer a análise de risco da publicação desse livro, diferente de uma editora, que além de ter um estilo próprio dos livros, há também análises de mercado antes da publicação. Quanto mais eu leio, quanto mais eu escrevo, mais fácil e fluido é a criação de novas histórias. Como na época do colégio, que exercitávamos a redação dissertativa, seguindo um tema específico”, completa.

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