Na Capital, filmes só nos shoppings; Cinema tradicional, mais barato, "sumiu"
Os campo-grandenses não tem outra saída. Se quiserem assistir filme, no cinema, precisam ir a algum shopping. As opções tradicionais, com ingressos mais em conta, no centro da cidade, deixaram de existir há anos. Todos fecharam as portas.
Inaugurado na década de 70, o Cine Center, da antiga Rodoviária, conhecido por exibir filmes pornôs, continua “jogado às traças”. Foi fechado, definitivamente, em março do ano passado.
Aberto na mesma época, em 1977, O Cine Plaza, também na rodoviária, nem chegou a vingar depois dos anos 90, quando a “saúde financeira” ficou comprometida. Os filmes deixaram de ser exibidos há pelo menos 20 anos.
Em 2011 o espaço chegou a ser aproveitado por uma boate gay, mas a casa mudou de endereço e a área caiu, de novo, no esquecimento.
Oportunidade – O Center e o Plaza estão à venda. Os prédios, de cerca de R$ 2,5 mil metros quadrados, com capacidade, cada um, para 500 poltronas, são avaliados em R$ 1,5 milhão, conforme estimativa do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).
Gerente do condomínio da rodoviária, Heloisa Cury, destaca a boa localização - “no coração da cidade” - e diz que o local “está sendo vendido por preço de metro quadrado de periferia”.
“Excelente para teatro, casa de show, centro de convenção”, sugere. Para que o prédio siga com sua revitalização, prosseguiu, “precisamos de investidores com visão de futuro”.
Nova cara - Dos três cinemas postos à venda, apenas um foi vendido, o Campo Grande, na rua 15 de Novembro, que agora pertence ao Sesc-MS (Serviço Social do Comérdio em Mato Grosso do Sul). A entidade pretende reativar o espaço com o Cine Sesc, projeto focado na divulgação de produções consideradas alternativas.
O trabalho é voltado à comunidade, com exibições de longas e curtas metragens a preços acessíveis ou gratuitos. Em São Paulo, por exemplo, além de exibir filmes, o Cine Sesc oferece cursos, mostras e exposições.
