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Artes

No risco das queimadas, exposição fala da “morte” do Cerrado e leva a reflexão

Obras estão na Temporada de Exposições do Marco (Museu de Arte Contemporânea) com entrada gratuita

Thailla Torres | 25/08/2019 08:35
Entre as exposições, a artista mineira Alessandra Cunha traz uma reflexão sobre as queimadas.
Entre as exposições, a artista mineira Alessandra Cunha traz uma reflexão sobre as queimadas.

Esta é a última semana da Temporada de Exposições do Marco (Museu de Arte Contemporânea) 2019 que se encerra dia 1º de setembro, com entrada gratuita. Entre as exposições, a artista mineira Alessandra Cunha traz uma reflexão sobre as queimadas, tema que ficou em evidência nos últimos dias diante dos incêndios na Amazônia, que repercutiram até na imprensa internacional.

A exposição “Espectro” denúncia o mundo e o que temos feito com a natureza, especialmente com o cerrado. “Da última vez que eu vim para cá, no caminho, eu vi muita queimada e devastação. Mas sempre havia uma árvore tentando sobreviver em meio aquele cinza, até o céu tinha essa cor. Fiquei muito chocada de ver o quanto estamos destruindo tanto a natureza. Então criei uma série com figurinhas que são os espectros das árvores, com suas almas e seus fantasmas. Para todas as obras eu bordei uma árvore que se contorce para tentar escapar do fogo e resistir”, conta Alessandra.

Outras três exposições estão abertas ao público no Marco, entre elas “O problema sem nome” com classificação indicativa de 14 anos do artista Gabriel Quartin, que problematiza e incita o debate sobre a objetificação da mulher. Formado em Design desde 2007, o projeto fotográfico foi conclusão de curso do artista que abordou a objetificação não só sexualmente, mas socialmente.

Entre as séries fotográficas estão o incômodo com ensaios femininos onde o emponderamento é pautado no sensual. Gabriel também faz críticas as lentes ou olhares utilizados para fotografar uma mulher, onde os fotógrafos estão sempre por cima dela “criando um clima de ordem”, explica.

O designer também expõe como as mulheres tem suas teorias e conteúdos banidos por causa da beleza, como são vistas na mídia, no local de trabalho e dentro de casa.

Formado em Artes Visuais pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e inspirado pelos artesanatos vendidos nas ruas, o artista plástico Aldo Torres traz em sua exposição “A Revolta da Escultura” obras que contam sobre a realidade atual em que vive o morador de uma comunidade.

A exposição é composta por 18 esculturas + um quadro. Todas as obras foram produzidas no final de 2018 e início de 2019, retratando desilusões vividas pelo artista e seus amigos no Bairro Jardim Los Angeles.

Wagner Thomaz é arquiteto, fotógrafo e artista visual que traz a exposição “Paisagem”, um elemento sempre presente na história da arte, explica o artista. “Eu apenas decidi olhar para essa paisagem e colhê-la com a máquina fotográfica. Elas são tão passageiras que são paisagens com uma tempestade. Também, embora eu use equipamento digital, minha premissa é editar o olhar e fazer uma série de fotografias curtas”.

Exposição - A Primeira Temporada de Exposições do Museu de Arte Contemporânea fica aberta ao público até 1º de setembro, sempre com entrada gratuita.

O Marco fica na Rua Antônio Maria Coelho, 6000, no Parque das Nações Indígenas. As visitações podem ser feitas de terça a sexta, das 7h30 às 17h30. Sábados, domingos e feriados das 14h às 18h.

Informações e agendamento com escolas para realização podem ser feitos no no telefone (67) 3326-7449.

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