Para 1º exposição, artista precisa atingir meta de arrecadação
Artista foi selecionada para expor no Marco em novembro, mas depende de arrecadação para bancar os gastos
Depois de sete anos desenvolvendo sua arte fora do Brasil, Fabiana Silveira percebeu que tinha a chance de estrear como uma expositora solo em Campo Grande, cidade onde tudo começou. Selecionada pelo Marco (Museu de Arte Contemporânea) de Mato Grosso do Sul, a artista visual tem a chance de realizar o sonho em novembro, mas para isso precisa conquistar uma arrecadação do tipo “tudo ou nada”.
Dedicada a aquarelas, a artista conta que sua relação com o Marco é antiga e, por isso, não pensou duas vezes quando se candidatou para o edital de seleção. Contando que o museu fez parte de sua formação artística, Fabiana relata que frequentava cada nova mostra do espaço até seus últimos dias no Brasil.
“Com tanto carinho e conexão pessoal, seria inevitável não desejar que minha primeira exposição fosse realizada neste espaço. Acredito também no meu papel como artista, que mesmo desenvolvendo meus projetos atualmente fora de MS e do brasil, eles possam ter uma ligação com a minha origem, família e amigos”, narra Fabiana.
Por isso, quando soube que um edital estava aberto, preparou o projeto e foi uma das artistas selecionadas. O problema é que sem verba de financiamento para cobrir os gastos de produção da exposição, ela precisou encontrar um modo de conseguir os valores necessários.
Através de uma campanha de crowdfunding, que é uma arrecadação coletiva, ela tem como meta atingir os 5.500 euros, cerca de R$ 28 mil. E, quem contribuir com o projeto, irá receber recompensas equivalentes ao valor doado.
É uma campanha do tipo tudo ou nada, somente se a meta de financiamento coletivo for atingida a 100% é que será realizada. Terei os custos da exposição cobertos e poderei enviar recompensas a casa de cada pessoa que colaborou, através de Correios ou transportadora para qualquer lugar do mundo, diz Adriana.
Entre as recompensas estão prints das artes e postais, marcadores de livros, mini aquarelas e aquarelas originais em tamanhos variados.
Exposição no Marco
Intitulada “Finitude”, a exposição foi selecionada pouco antes da pandemia, mas com a covid-19, os projetos foram adiados. Ao todo, 15 obras irão compor a coleção, incluindo aquarelas sobre papel, pinturas e esculturas de pequeno formato.
Contando sobre o tema da exposição, Fabiana explica que as criações começaram em 2019, depois presenciar uma morte. “Na época, eu vivia em um povoado bem pequenininho nas montanhas, poucas pessoas, poucas casas, um lugar muito tranquilo. A mãe da minha vizinha estava com Alzheimer e ia piorando pouco a pouco. Em uma manhã, escutei um grito de socorro e eu, que morava a meia quadra, saí desesperada para tentar ajudar”.
De acordo com a artista, a senhora havia sofrido um ataque do coração, mas a equipe do serviço de urgências se perdeu no caminho e, quando os médicos chegaram, ela não resistiu. “Lembro cada detalhe como se fosse hoje. Senti muita dor e impotência. Eu nunca tinha presenciado algo assim e foi algo que me marcou batante”.
Conforme o tempo foi passando, Fabiana começou a pintar a série Finitude enquanto se questionava sobre os motivos daquela senhora ter partido, se ela havia vivido o suficiente e o que seria viver o suficiente.
“Meus dias seguintes a esta vivência foram de muita reflexão, foi inevitável pensar que sigo neste mundo e que também lembrei das minhas perdas. Me questionei sobre dores, cicatrizes, despedida, ausência, medos, derrotas e o luto, todos tão enraizados com a palavra morte e o fim”, explica a artista.
Além da dor e tristeza, ela narra que a série também tenta destacar interpretações que podem trazer conforto e estreitar barreiras que existem sobre não falarmos da morte.
Contribuindo
Tanto quem está no Brasil quanto quem mora fora do País pode participar da campanha de arrecadação. Mais detalhes sobre o uso dos valores podem ser conferidos clicando aqui, assim como para fazer a contribuição.
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