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JULHO, QUARTA  17    CAMPO GRANDE 17º

Artes

Para quem trabalhava ao lado do câncer, mosaicos são recomeço

Técnica em Enfermagem, Maria José precisou reencontrar seu ritmo após deixar a área da saúde

Aletheya Alves | 03/12/2022 07:40
Mosaicos foram recomeço para Maria depois de anos na área da Sáude. (Foto: Kísie Ainoã)
Mosaicos foram recomeço para Maria depois de anos na área da Sáude. (Foto: Kísie Ainoã)

Imersa na área da saúde desde 1986, Maria José Lima Arguelho se viu precisando reencontrar seu ritmo, principalmente depois de trabalhar por anos em um grupo de tratamento ao câncer. Foi assim que na base da tentativa e erro ela deixou os jalecos para trás e mergulhou no caminho pela arte dos mosaicos.

Em 2017, a prática começou como hobby e foi ganhando espaço no cotidiano da técnica de enfermagem. Percebendo que lidar com os pequenos pedaços de cerâmica era algo que realmente a fazia bem, Maria decidiu transformar o passatempo em sua nova profissão.

Sem fazer cursos pagos, tudo começou com algumas pesquisas simples na internet e comprando os materiais básicos que eram necessários. “Fui vendo alguns vídeos e tentei achar os materiais em Campo Grande, mas não encontrei. Então no início adaptei e usei coisas que não são as indicadas, mas para quem estava aprendendo funcionou”.

Aprendizado para formar as pessoas foi sendo construído aos poucos. (Foto: Kísie Ainoã)
Aprendizado para formar as pessoas foi sendo construído aos poucos. (Foto: Kísie Ainoã)
Criatividade e vontade de seguir pela arte guiam os caminhos das imagens que serão construídas. (Foto: Kísie Ainoã)
Criatividade e vontade de seguir pela arte guiam os caminhos das imagens que serão construídas. (Foto: Kísie Ainoã)

Sobre a mudança, Maria explica que quem trabalha com Saúde sabe da intensidade e das heranças que o ritmo pode deixar. Até por isso, se dar um tempo para encontrar o que daria certo foi necessário.

“Eu trabalhava na área e ela parece que mexe com seu emocional, então quando parei de trabalhar tive dificuldade de adaptação. Tentei várias coisas antes de chegar ao mosaico e dar certo mesmo”, Maria conta sobre o trajeto.

Desde então, as mãos foram ganhando novas habilidades e se dedicar às cores e figuras que seriam formadas com os cacos passou a fazer parte até da vida de seu marido. “Ele começou a fazer os desenhos, me ajudar com rejunte e entramos nessa juntos. Depois de um tempo, deixou de ser hobby e começamos a fazer para pessoas próximas e da família”.

Maria conta que peças já foram parar até na Austrália. (Foto: Kísie Ainoã)
Maria conta que peças já foram parar até na Austrália. (Foto: Kísie Ainoã)

Ver algo bonito sendo formado pela sua imaginação deu gás para que Maria continuasse a produção e, aos poucos, passasse a integrar o circuito de feiras culturais da cidade. O que começou com uma participação se tornou algo mais frequente e, hoje, até espaço físico ela tem.

“A gente continua com as feiras, mas agora fazemos parte da Boutique do Teatro, que fica na Estação Cultural Teatro do Mundo. Recebo as encomendas e faço, também continuo criando a partir da minha cabeça mesmo e é algo que acho bonito, que gosto de fazer”, narra Maria.

E o hobby que se transformou em trabalho realmente deu tão certo que a artesã conta já ter chegado até na Austrália. “Tem gente que compra aqui e leva para outros estados do Brasil, mas muito turista gosta. Um rapaz da Califórnia levou duas araras e uma capivara, um canadense levou tucano e arara, outro levou tucano para Austrália, uma moça comprou e levou para Espanha. É muito bom de ver”.

E, para conhecer o trabalhos de Maria e do marido, Jeferson, é só acessar o perfil no Instagram @lelisarguelomosaicos.

Jeferson, Maria e uma das filhas durante exposição em feira. (Foto: Arquivo pessoal)
Jeferson, Maria e uma das filhas durante exposição em feira. (Foto: Arquivo pessoal)

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