Pelas mãos de Marina, capivaras se transformam em peças de xadrez
Produção do jogo de tabuleiro levou cerca de 14 dias para ser totalmente finalizado
Em 14 dias, a artista plástica Marina Torrecilha desenvolveu um jogo de xadrez temático com inspirações pantaneiras. Produzidas em argila, capivaras, araras, ariranhas e até um jacaré compõem o cenário no tabuleiro.
Contando sobre o processo, Marina explica que o projeto do tabuleiro já estava em sua mente há anos. “Sempre quis dar uma parada na minha produção e criar o jogo. Porém só agora veio o impulso e comecei a criar, não foi muito diferente pois estou sempre criando capivaras, a única preocupação que eu tive foi de estabilizar bem as peças em pré para serem funcionais”.
Assim como o desejo de materializar as ideias, ela narra que escolher os personagens veio de uma forma quase natural. Isso porque o trabalho com as capivaras já integra suas produções de cerâmica.
Sabendo disso, a artista decidiu unir a admiração pelo universo do xadrez e homenagear o jogo com uma versão própria e vinculada ao Pantanal. “Sempre me divertia imaginando um pequeno cenário da nossa fauna nos lados opostos ao time jogador”, diz.
Desde quando começou a ter contato com a cerâmica, Marina se dedica a retratar a fauna do cerrado. Na época, o mundo enfrentava a pandemia de covid-19 e, para ela, exercitar a criatividade em outra área da arte foi essencial.
“Estávamos passando por aquela situação e a argila foi extremamente terapêutica e consegui me estabelecer na criação de forma apaixonante. O tema da fauna do cerrado é porque toda vez que me encontro em momentos de dificuldades eu me incorporo a natureza. Nasci e cresci no cerrado, então trazer a arte da nossa terra na argila é uma forma de cura mas também, como artista, de trazer referências mágicas da nossa cultura nas artes”, explica a artista.
Por ser ilustradora digital, seu contato com o mundo dos jogos é expandido e, claro, faz com que a vontade de unir os gostos seja maior. “Já ilustrei três games, todos são jogos para celular android e o mais famoso é a Ponami, que é um jogo RPG de plataforma 2D. Ter desenvolvido games, personagens e cenários me ajuda muito na concepção das minhas peças cerâmica”.
Assim como ocorre com as outras peças de cerâmica, a artista detalha que o xadrez é único, mas o objetivo é produzir novos jogos. “Comecei com o xadrez na intenção de criar de tempos em tempos um boardgame ou ideias relacionadas a jogos, mas estou sempre criando seres da nossa fauna como personagens de universos de interação. Por exemplo, tenho um guará violeiro que já criei e duas capis pescadoras também”, detalha Marina.
E, em relação às mudanças que ocorreram desde quando começou os trabalhos com argila, em 2020, ela pontua que a estética talvez seja a principal. “Hoje vejo uma diferença enorme na estética pois apesar da intenção ainda ser a mesma, hoje tenho mais familiaridade com a argila e os processos da cerâmica, além de conseguir ter meu forno que ajuda muito”, completa.
Para conhecer mais sobre os trabalhos de Marina com argila, o perfil no Instagram é @copadebarro.
Confira a galeria de imagens:
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).