ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, QUARTA  17    CAMPO GRANDE 24º

Artes

Pesquisadora de MS lança livro sobre primeiro romance fantástico brasileiro

Pouca gente sabe, mas o primeiro romance fantástico brasileiro é de autoria de uma mulher

Thailla Torres | 09/10/2022 08:54
O livro, que se originou na dissertação de mestrado de Adrianna, apresenta a perspectiva de subversão dos padrões do século XIX. (Foto: Alice Rodrigues)
O livro, que se originou na dissertação de mestrado de Adrianna, apresenta a perspectiva de subversão dos padrões do século XIX. (Foto: Alice Rodrigues)

Pouca gente sabe, mas o primeiro romance fantástico brasileiro é de autoria de uma mulher. A Rainha do Ignoto foi escrito em 1899 pela cearense Emília de Freitas e, muito à frente da sua época, trazia temas relacionados à alma feminina e sua situação na sociedade patriarcal.

A obra apagada pelo mercado, tradicionalmente dominado pelos homens ao longo dos anos, foi recentemente redescoberta, graças ao trabalho de pessoas como a pesquisadora e escritora Adrianna Alberti que, neste sábado (08) realizou o lançamento de seu livro “Em busca da Rainha do Ignoto: a mulher e a transgressão no fantástico”, durante a segunda edição do Campão Cultural, na Biblioteca Isaías Paim.

O livro, que se originou na dissertação de mestrado de Adrianna, apresenta a perspectiva de subversão dos padrões do século XIX com a abordagem de um tema, até então pouco trabalhado na literatura nacional: a emancipação feminina.

Para Adrianna, poder fazer o lançamento de seu livro durante o Campão Cultural foi a conquista. (Foto: Alice Rodrigues)
Para Adrianna, poder fazer o lançamento de seu livro durante o Campão Cultural foi a conquista. (Foto: Alice Rodrigues)

Durante o lançamento, que reuniu leitores de diferentes estilos, a autora relatou sobre seu trabalho de pesquisa, sobre as dificuldades encontradas e também sobre o silenciamento de Emília de Freitas por tantos anos.

Ela pontuou que, além do fato de escritoras mulheres terem sido sistematicamente preteridas em relação aos homens, há também a questão da literatura fantástica ser um gênero literário pouco valorizado. Adrianna revelou ainda que é necessário olhar para a importância de trabalhos como esse para gerações futuras. Quem pesquisa hoje, em sua opinião, está fazendo a diferença ao longo do tempo, registrando pontos importantes que outras pessoas daqui 200, 300 anos poderão encontrar e utilizar também.

Para Adrianna, poder fazer o lançamento de seu livro durante o Campão Cultural foi a conquista de um objetivo no qual ela sempre acreditou: levar o conhecimento acadêmico à comunidade. “Às vezes falhamos em trazer o que pesquisamos às pessoas, ficando apenas no nosso nicho. Mas acredito que quem pesquisa literatura quer também entender a comunidade, por isso, essa troca é fundamental. É mágico poder falar do que eu pesquiso num evento tão grandioso como esse”, afirmou.

A programação da segunda edição do Campão Cultural é bastante plural e pode ser encontrada aqui. 

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Nos siga no Google Notícias