Projeto inspirado no Pantanal e Cerrado vai representar MS na Bienal de Design
O trabalho celebra a diversidade de árvores e espécies em repertório de 10 estampas
A dupla de designers Mary Saldanha e Paula Bueno irão representar o Brasil na 14º Bienal Brasileira de Design com sua coleção Horto-Gráfico. O trabalho celebra a diversidade de árvores e espécies do Cerrado e do Pantanal, e será apresentado no evento que acontece em dezembro, na cidade de Aracaju (SE).
Em sua coleção, as designers desenvolveram grafismos e frases inspiradas em formas e soluções da natureza ao redor. Os desenhos foram impressos manualmente no estúdio em produtos que compõem o cotidiano, como peças de vestir, jogos de cama e jogos de mesa.
Além do trabalho desenvolvido no estúdio POLCA, criado pela dupla, elas também já realizaram colaborações com outros artistas locais. Em 2019, lançaram a coleção 'Cantar.o.lar', em parceria com o compositor Geraldo Espíndola, com peças que trazem trechos de músicas como ‘Vida Cigana’, ‘É Necessário’ e ‘Cuñataiporã’. Em 2022 lançaram a coleção 'Amo.lar', com suas impressões sobre a Serra do Amolar, região mais remota do Pantanal.
As peças são impressas com a técnica de serigrafia, e a costura das peças é feita em ateliês locais como o Ateliê da Jô e Vanda Sol Ateliê, aliadas na formatação dos produtos. As peças compõem o cotidiano de quem se encanta com as histórias contadas em pedaços de tecidos.
Coleção Horto-Gráfico
A ideia surgiu a partir da vontade das criadoras de saber mais sobre as espécies que estão ao redor e reconhecer as árvores e plantas que são vistas todos os dias pelas ruas. “Saber nomear é o primeiro passo para poder compreender a função, importância e assim conseguir preservar as espécies nativas”, define as artistas.
Neste processo, a dupla teve o apoio da bióloga Letícia Couto Garcia, ganhadora do prêmio “Para Mulheres na Ciência”, promovido pela L'Oréal, Academia Brasileira de Ciências e Unesco. Letícia, além de indicar espécies locais e explicar com mais profundidade o funcionamento do Cerrado, vestiu as peças para a divulgação da coleção.
A criação da coleção também influencia de uma visita a Nereu Rios, pesquisador de campo e mestre conhecedor das espécies nativas, responsável pelo plantio de mais de 50 mil mudas em Mato Grosso do Sul nas últimas décadas, em espaços, como por exemplo, o Parque das Nações Indígenas. No viveiro, as designers tiveram acesso aos frutos e sementes colhidos nas excursões de Nereu pelo cerrado brasileiro.
A coleção Horto-Gráfico tem repertório de dez estampas. Uma delas é o jatobá, em que as designers usaram o fruto da árvore como carimbo para figurar a estampa, acompanhado da frase “Raiz profunda, sombra larga, frutos fortes”.
Em outra criação, desenharam a casca do angico, que virou uma grande renda de padronagem contínua, aplicada em um jogo de cama que traz fronhas com a frase “Quem tece abrigo… adormece sereno”, inspirada na característica das espécies do bioma cerrado de criarem uma proteção com as cascas grossas e frutos resistentes.
Bienal Brasileira de Design
A 14º Bienal Brasileira de Design é promovida pela ADG (Associação de Designers Gráficos do Brasil), e acontece a cada dois anos. O evento teve um breve hiato por conta da pandemia, mas voltará a acontecer este ano, em dezembro, na cidade de Aracaju (SE).
No último mês foi realizada a seleção de projetos através de um júri especializado, englobando trabalhos de todo o país dos últimos cinco anos. Também será produzido um catálogo que reunirá os trabalhos selecionados, servindo de referência para os profissionais da área e deixando um importante registro da produção nacional.
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