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Artes

Quase uma Xuxa campo-grandense, Marilu Guimarães ressurge com Casa de Arte

Espaço promete arte, indústria criativa e intercâmbio de informações, sem cunho político

Thaís Pimenta | 24/03/2018 07:36
Marilu segue seu legado, agora como apoiadora e fomentadora da cultura regional. (Foto: Thaís Pimenta)
Marilu segue seu legado, agora como apoiadora e fomentadora da cultura regional. (Foto: Thaís Pimenta)

Foram anos sem ver Marilu Guimarães envolvida em eventos públicos. Para quem tem menos de 30, a figura dela remotamente é lembrada pela carreira política, mas Marilu foi praticamente a Xuxa da TV sul-mato-grossense no passado.

Apresentadora do programa "Recado", na TV Morena, o sucesso garantiu uma vaga na Assembleia Legislativa, também foi vice-prefeita de Campo Grande, chegou ao segundo turno de uma eleição disputada para prefeitura em 1992, com Juvêncio da Fonseca e, finalmente, acabou eleita deputada federal. Marilú terminou o mandato, sumiu da vida pública, mas agora ressurge unindo áreas que diz amar, comunicação e cultura.

"Eu fui dançarina por muitos anos, de balé moderno, balé clássico e jazz, inclusive dei aulas aqui na cidade", lembra também Marilu. Offline, passou a se encantar com a fotografia e rodou cada bairro campo-grandense retratando um pouco do que via ali.

"Eu via crianças que se encantavam com a minha câmera. E eu não tinha muito mais a fazer a não ser emprestar o meu equipamento a eles. Isso foi me dando uma sensação ruim, porque eu notava que eles ansiavam por algum projeto e não tinham incentivo para desenvolver o grande talento dentro de cada um. Saíam fotos incríveis!", lembra ela.

Por isso, ela diz que sentiu a necessidade de colocar um grande sonho em prática: abrir um centro cultural para poder continuar esse processo. Foram dez anos sonhando até que a CAC (Casa de Arte e Cultura) nasceu, dentro da própria casa da jornalista, na "esquina da cultura", como ela mesmo define.

Ontem, o lançamento do espaço teve a Cult Fest. "Eu nunca me distanciei da arte, minha alma sempre foi movida a isso", explica.

Espaço conta com dois andares repletos de arte. (Foto: Thaís Pimenta)
Espaço conta com dois andares repletos de arte. (Foto: Thaís Pimenta)

Compartilhar é a palavra capaz de empoderar os jovens - ao menos é esse o lema de Marilu. "Eu acho que é meu dever agir. Não posso só cruzar os braços para o Brasil, dizer que aqui está horrível e pronto. Temos um potencial imenso, artístico, cultural, e é isso que quero provar com o CAC", pontua.

Apesar do passado na política, Marilu garante que não tem intenção de voltar a disputa eleitoral. Diz que só quer tirar a estigma de que artistas no Brasil não ganham dinheiro. "Se você ama o que faz e faz bem, é preciso que você consiga pagar os seus boletos com seu trabalho. A gente movimenta tanta gente pra fazer um evento desses, desde a prepação da festa, o durante e o depois também".

Como em todo começo, a ideia é qque a base do projeto se fortaleça no voluntariado. "Por isso, toda ajuda é bem vinda. Se quiser fazer parte do colaborativo doe o que for, nem que seja o seu tempo. Tem sido um desafio mas eu tenho muita fé nesse projeto".

A primeira fase da Casa foi quase que uma experimentação, com exposição de obras, em maioria, de mulheres. "Estamos no mês da mulher, então eu quis fazer essa homenagem. É uma oportunidade de mostrar gente já muito conhecida, expor seu trabalho e também aquelas talentosíssimas que poucos conhecem".

Por mais de 30 dias, continuam nas paredes do CAC, que também é galeria de arte, os quadros de Erika Pedraza, Patricia Helney, Zilá Soares, com a mostra batizada de "Mulheres que Fazem Arte".  O trabalho de iluminação do salão, das obras, também foi feito por uma mulher, a artista Natasha Miranda.

A fotógrafa Elis Regina teve um cantinho reservado para exibir seu trabalho, sua visão do mundo, por meio de sua câmera, logo na entrada do casarão. 

E finalmente, Rafaela Anjolin e Erika Pedraza pintaram ao vivo no evento de inauguração. Também se apresentaram a Cia de Artes Embrujos de Espanha, sob o comando da coreógrafa e bailarina Maria Helena Pettengil (comemorando 30 anos de Cia) e Cia Ana Carolina Morgana, dança tribal. Além dessas, algumas intervenções movimentaram a festa, como a da Fada Noturna.

Cia de Artes Embrujos de Espanha. (Foto: Thaís Pimenta)
Cia de Artes Embrujos de Espanha. (Foto: Thaís Pimenta)
Erika e Rafaela Anjolin. (Foto: Thaís Pimenta)
Erika e Rafaela Anjolin. (Foto: Thaís Pimenta)

A segunda fase da CAC é também itinerante. "Quero trazer alunos de escolas públicas e estaduais pra cá, mas também levar professores, profissionais num geral para os bairros, fazer esse intercâmbio do saber e valorizando o regional".

Marilu finaliza dizendo que está com as portas de casa abertas para todos que queiram contribuir com a cultura regional. "E não só daqui, estou aberta para gente do mundo inteiro. Temos exemplos tão incríveis de artistas que lidam de maneira incrível com a esfera global e estão aqui hoje, como Humberto Espíndola. Isso prova o quanto é possível fomentar o que é feito aqui, na nossa casa".

A primeira oficina deve acontecer no mês de abril, com o tema “A mulher na literatura” e quem ministra é a poetiza e escritora Raquel Naveira. 

A CAC fica na Rua das Garças, 1.343, na Vila Célia. Para contribuir ligue ou mande um WhatsApp para 99650-6515.

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Obras de arte expostas, de autoria de Zilá Soares. (Foto: Thaís Pimenta)
Obras de arte expostas, de autoria de Zilá Soares. (Foto: Thaís Pimenta)
Fotografias de Elis Regina estavam expostas na CAC. (Foto: Thaís Pimenta)
Fotografias de Elis Regina estavam expostas na CAC. (Foto: Thaís Pimenta)
Patrícia Helney e seu trabalho segue exposto na CAC por, pelo menos, um mês. (Foto: Thaís Pimenta)
Patrícia Helney e seu trabalho segue exposto na CAC por, pelo menos, um mês. (Foto: Thaís Pimenta)
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