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Artes

Querido do rap, Konai saiu de MS e fala da bissexualidade sem medo

Aos 19 anos, músico faz sucesso entre os adolescentes com o estilo "sad songs" e quer falar sem culpa sobre a bissexualidade

Thailla Torres | 10/08/2020 06:05
Músico é natural do interior de São Paulo, mas cresceu em Campo Grande (MS). (Foto: Reprodução Facebook)
Músico é natural do interior de São Paulo, mas cresceu em Campo Grande (MS). (Foto: Reprodução Facebook)

Depois de umas doses e um bate papo com uma fã durante live feita recentemente, o cantor e compositor Konai, sucesso entre os adolescentes, queridinho do rap pop, ou estilo “sad songs”, que também lhe é atribuído, viu a curta, mas já expressiva carreira ganhar mais holofotes depois que assumiu publicamente a bissexualidade.

Essa foi a primeira vez que ele falou abertamente sobre o assunto. Um caminho sem volta que, para o músico, virou sinônimo de liberdade. Agora, Konai, com seu estilo próprio e autêntico de fazer música, diz que também quer falar sobre o assunto longe da culpa.

“Quando eu acordei no outro dia, depois de ter falado sobre o assunto, levei um susto. Mas agora eu consigo achar isso muito bom, porque o processo de aceitação é muito difícil e, durante muito tempo, carreguei uma culpa que a sociedade coloca na gente”, disse em entrevista ao Lado B.

“É libertador saber que essa culpa não existe. Eu sinto amor por outro ser humano, em que contexto isso pode ser errado de alguma forma? Tudo o que eu quero é me libertar e ajudar as pessoas se libertarem”, acrescenta.

Músico ganhou coração do público adolescente. 
Músico ganhou coração do público adolescente.

Carreira – Konai é hoje considerado uma das boas revelações da música nos últimos três anos, desde que as primeiras canções começaram a ser escritas, quando ele ainda morava na Vila Bandeirantes, em Campo Grande.

Em pouquíssimo tempo, os primeiros sons foram lançados e notados. Sua primeira canção, lançada em 2017, “Te vi na rua ontem” tem mais de 42 milhões de views no Youtube. No Instagram ele acumula mais de meio milhão de seguidores.

Natural do interior de São Paulo, ele mudou para Campo Grande quando ainda engatinhava e foi aluno do Colégio Militar, local que espelha parte da relação dele com a música. “Comecei a gostar de música por causa do meu padrasto que sempre tocava violão. No início da adolescência acabei fazendo parte da banda do colégio tocando instrumentos de sopro, depois tive uma banda de rock para tocar com os colegas”, conta.

Foi numa escola do Centro que Konai, cujo nome original é João Vitor Portela, conheceu o rap. “Os amigos fizeram um som e eu fiquei completamente apaixonado. Eu ouvia as letras do Racionais e questionava como conseguiam escrever tão bem”.

Antes de sair em carreira solo, o cantor uniu rap e rock tocando com os amigos e foi essa mistura que o fez entender que podia caminhar por um rap de melancolia única, com dose de influência do indie music, caracterizando seu trabalho como “sad songs”, ou canções tristes, em inglês.

Além do violão, ele ainda toca piano, teclado, saxofone, clarinete e trompete, instrumentos que ele aprendeu tocar quando integrava a banda da escola.

Depois que lançou sua primeira canção, Konai se mudou para São Paulo, para dar continuidade a carreira cheia de agendas. “Quando eu percebi a música já tinha tomado o maior espaço na minha vida e eu estava tomado por compromissos”.

O rap então foi sua porta de entrada na composição, sucesso e a recente assinatura de contrato com a Sony Music, situação que o músico nem cogitava no início da carreira.  "Eu sempre defendi uma produção artística independente,  mas o bacana é que eles não tentaram me podar em nenhum momento e foi o que mais me encantou, além, claro, de toda experiência e respeito apresentam aos seus artistas, portanto foi uma excelente oportunidade  e isso me deixa muito feliz”.

Da imensa lista de assuntos que ganham destaque em suas músicas, Konai tem algumas preferências. “Desde o início o que eu coloco nas minhas canções a sinceridade de um adolescente que tem emoções e aflições. Eu realmente tive a coragem de me expor, cantar as dores, e isso faz as pessoas, especialmente jovens, verem que eles não estão sozinhos. Sem contar que a música é uma válvula de escape”, finaliza.

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