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Artes

Sem mais nada de ‘belo’, Pé de Cedro morto não ganhou nem identificação

Após morte da árvore em abril, Coxim fez audiência pública, mas ação foi deixar o resto do ‘falecido’ por lá

Por Aletheya Alves | 23/11/2024 07:52
Pé de Cedro morto divide praça com Zacarias Mourão. (Foto: Sidney Assis, de Coxim)
Pé de Cedro morto divide praça com Zacarias Mourão. (Foto: Sidney Assis, de Coxim)

Zacarias Mourão, que plantou o famoso Pé de Cedro em Coxim e o transformou em um símbolo do Estado graças à música que leva o nome da árvore, divide sua praça com o tronco morto sem identificação. Após a árvore receber laudo botânico em abril deste ano dizendo que não havia recuperação, o município fez até audiência pública para tratar do assunto, mas a única medida foi podar os galhos e deixar os restos do “falecido” por lá.

Para quem não sabe ou não se lembra, Zacarias e o Pé de Cedro são identificados como os responsáveis por colocar o então Mato Grosso no cenário musical brasileiro. Antes disso, nossos compositores eram deixados às margens.

Plantada por Mourão na década de 1930, a árvore havia sofrido em 2006 após um vendaval, mas sobreviveu. A questão é que entrou em decadência por uma série de fatores, incluindo idade avançada da árvore, danos causados pelo raio e até pela alteração do solo em que ela estava inserida. Como não recebeu os cuidados a tempo, morreu.

Compositor ao lado da árvore que plantou. (Foto: Arquivo/Ligia Mourão)
Compositor ao lado da árvore que plantou. (Foto: Arquivo/Ligia Mourão)

Após o laudo, uma audiência pública foi realizada para pensar o que seria feito com os restos da árvore, considerando sua importância histórica. Entre as ideias, foram sugeridas formas de reutilizar o restante do Pé de Cedro para educação, criação de espaço dedicado a ele e maneiras de não perder o que ainda existe.

O Campo Grande News entrou em contato com a Prefeitura de Coxim questionando quais medidas foram adotadas até o momento e quais são os planos futuros. Segundo a nota, logo após a audiência houve uma poda nos galhos que apresentavam risco de queda para proteger a população.

Em seguida, os galhos foram removidos e, agora, estão “sob guarda da prefeitura” ao lado dos pedaços da árvore atingidos em 2006.

“O tronco do Pé de Cedro será mantido no local como um memorial, preservando a história e a importância cultural da árvore para a cidade. Decidiu-se não plantar outro Pé de Cedro no local, a fim de manter o tronco como um símbolo de resistência e memória”, descreve a nota.

Registro do Pé de Cedro após receber o laudo botânico. (Foto: Arquivo/Sidney Assis, de Coxim)
Registro do Pé de Cedro após receber o laudo botânico. (Foto: Arquivo/Sidney Assis, de Coxim)

Outras árvores da mesma espécie foram plantadas (antes da morte) em diversos locais significativos como a Câmara Municipal, praças, na Avenida Virginia Ferreira e espaços de igrejas.

Já em relação à possibilidade de um museu, apresentada na audiência pública, a informação é de que a prefeitura concluiu um processo licitatório para modernizar o já existente Museu Arqueológico e Histórico de Coxim.

“[...] Com o objetivo de enaltecer a história de Coxim e do Pé de Cedro, com um espaço dedicado a este fim. O novo espaço proporcionará uma experiência enriquecedora para visitantes e moradores”, afirmou a prefeitura, mas sem indicar previsões de datas.

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