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Comportamento

Já era "belo Pé de Cedro" de música famosa... árvore morreu em Coxim

Laudo botânico foi divulgado por comissão da prefeitura informando morte da árvore plantada na década de 1930

Por Aletheya Alves | 26/04/2024 08:39
Pé de Cedro secou totalmente e estava sendo sustentado por cabos de aço. (Foto: Sidney Assis)
Pé de Cedro secou totalmente e estava sendo sustentado por cabos de aço. (Foto: Sidney Assis)

Após 85 anos, o Pé de Cedro plantado por Zacarias Mourão em Coxim chegou ao seu fim. A árvore que se tornou símbolo da cidade graças à canção do compositor sul-mato-grossense é um dos grandes ícones de Mato Grosso do Sul. Agora, infelizmente, um laudo técnico definiu que a árvore secou e seu futuro segue indefinido.

A informação sobre o laudo veio durante uma reunião da Comissão Mista de Trabalho e Acompanhamento referente à situação da árvore nesta semana. Segundo o site Coxim Agora, um dos botânicos da equipe informou oficialmente sobre a morte do símbolo municipal.

Foi graças a Zacarias Mourão que o Pé de Cedro se tornou um símbolo e colocou o então Mato Grosso no cenário musical. Foi justamente o compositor que plantou a árvore quando tinha 11 anos e, em 1959, durante uma visita à cidade, escreveu a canção.

Zacarias Mourão ao lado do Pé de Cedro. (Foto: Arquivo/Ligia Mourão)
Zacarias Mourão ao lado do Pé de Cedro. (Foto: Arquivo/Ligia Mourão)

Quando morava em São Paulo, Zacarias pediu a um amigo compositor, Goiá, que musicasse a letra. E, com a dupla Tibagi e Miltinho, na década de 1960, que a canção estourou.

Em 2006, o Pé de Cedro já havia passado por problemas após um vendaval ter rachado a árvore ao meio. Entretanto, a outra parte sobreviveu e seguiu até este ano. Por isso, estava sendo sustentada por cabos de aço.

Mesmo com sua sustentação, há risco de quedas dos galhos, uma vez que a árvore secou totalmente. Agora, haverá uma audiência pública para o dia 9 de maio, às 19h, na Câmara Municipal sobre o assunto. Nessa data, a expectativa é de que o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) faça uma análise técnica da situação.

Outro objetivo da audiência é definir medidas para preservar a memória do Pé de Cedro.

À imprensa municipal, o prefeito da cidade, Edilson Magro relatou que um biólogo e turista de São Paulo fez uma visita a Coxim em junho de 2023 e informou que a árvore poderia estar próxima de seu fim.

Parte da árvore foi "perdida" em 2006 após vendaval com raio. (Foto: Sidney Assis)
Parte da árvore foi "perdida" em 2006 após vendaval com raio. (Foto: Sidney Assis)

Segundo o prefeito, o motivo era uma união entre a idade avançada da árvore, os efeitos do raio que a atingiu em 2006 e que o calçamento durante a revitalização da praça também reduziu sua vida útil.

“Inicialmente, eu duvidei das previsões do biólogo, porém, decidimos intensificar o monitoramento. Ao longo do tempo, observamos a árvore lentamente perdendo suas folhas. Consultamos nossos especialistas em busca de soluções, mas a resposta foi desanimadora, dada a dificuldade de intervenção devido à idade avançada da árvore, além dos danos causados pelo raio e pelo fogo provocado por um vândalo em seu tronco”, explicou Magro ao Coxim Agora.

Até por isso, em março deste ano, a Prefeitura havia divulgado que estava se mobilizando para preservar a árvore já seca. Entretanto, as ações não geraram resultados efetivos.

“Recentemente, a queda de suas folhas suscitou preocupações entre os moradores, tremendo que a árvore, tão entrelaçada com a identidade da cidade, pudesse ter morrido”, divulgou a assessoria no portal municipal.

Na época, a informação era de que, há cerca de um ano, o município estava monitorando a saúde do Pé de Cedro após identificar sinais de alerta. “Servidores municipais foram designados a iniciar um acompanhamento cuidadoso, que logo evoluiu para uma parceria com a comunidade acadêmica visando estudos fitossanitários, porém para que se possa estabelecer um laudo técnico, tamanha a importância da árvore, será preciso realizar estudos mais aprofundados”.

Ao ser definido que a árvore precisava de medidas rápidas, foi elaborado um decreto para colocar em prática ações administrativas emergenciais. Apesar dessa movimentação, a árvore não resistiu.

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