Sem revelar nome, Bêbados Habilidosos retorna ao palco com nova formação
Foi depois de ver a casa cheia para o tributo a Renato Fernandes, em fevereiro deste ano, que os integrantes da banda Bêbados Habilidosos perceberam que era hora de voltar aos palcos. Daqui um mês, eles fazem o primeiro show com o novo vocalista, cujo nome prometem revelar só na apresentação.
Em clima de suspense, a banda é categórica ao afirmar que escolheu alguém para dar continuidade ao projeto, com personalidade própria, já que ninguém pode substituir Renato. Bêbados Habilidosos já tinha anunciado o fim, no meio da gravação de um disco, em junho de 2014, depois de 24 anos como referência do blues e, no ano seguinte, choraram o último blues de Renato, com a morte do compositor.
À época, os músicos chegaram a falar que estudavam uma volta, mas que, sem Renato, eles ficariam mesmo na história.
Contra-baixista, Marcelo Rezende, que esteve de 1994 até o final dos Bêbados e agora se prepara para o retorno, já estava em outros trabalhos e não considerava a ideia. "Houve muita insistência. O Rodrigo (guitarrista) e o Erik (baterista) que são os responsáveis, partiu deles", conta.
Quando os músicos viram que a saudade vinha também do público e não se resumia só a eles, conseguiram sensibilizar Marcelo. "Vi que tinha tanta gente interessada em continuar nos ouvindo e que muita gente sentia falta do Renato. Não tem como desvincular dele, que foi uma figura emblemática", explica Marcelo. Antes de anunciarem o fim, a banda tinha show marcado até no Amapá.
Baterista Erik Artioli, que está há 11 anos na banda, descreve a conversa que teve com o guitarrista Rodrigo. "A banda Bêbados Habilidosos está aí. A gente não tem o Renatão, mas vamos arrumar alguém, não para substituí-lo, mas para dar continuidade e quem sabe compor novas músicas".
A ideia veio tomando forma desde fevereiro e os integrantes chegaram a ouvir algumas interpretações de candidatos até darem o veredito. "Não vai rolar aquele negócio de imitação. Muito pelo contrário, é totalmente diferente", frisa Erik, hoje com 33 anos.
A banda sabe da responsabilidade que o vocalista terá, mas encara a volta como objetivo de tocar as músicas, sem deixar o povo esquecer do Bêbados. "Tem um monte de banda que toca a gente. Em Curitiba mesmo tem uma que só toca Bêbados. Então por que nós não podemos voltar?" questiona o baterista.
Dois dos discos deles estão no Spotify - Envelhecido 12 anos e Embriagados ao vivo - e, segundo os integrantes, uma conversa já foi feita com a filha de Renato para o repasse dos direitos autorais. "As letras nunca vão morrer. Vamos continuar tocando elas para sempre", completa Erik.
O último disco do Bêbados não chegou a sair e a grana dos shows da volta será para finalizá-lo. As músicas são consideradas inéditas por não terem sido gravadas ainda, mas já foram tocadas para o público.
O show de apresentação do novo vocalista será dia 27 de maio, no Blues Bar e os ingressos começam a ser vendidos a partir do dia 1º. Os postos de venda serão anunciados pela página da banda no Facebook.
Sobre quem assume o vocal, os músicos se limitam a dizer que, nos testes, "ele foi super bem, é uma pessoa bacana para caramba", diz o contra-baixista. No repertório, eles pensam em já trabalhar novas músicas e, do primeiro ensaio, o guitarrista trouxe uma composição que ainda deve receber a letra.
"É uma sequência. A gente sabe que vai existir comparação, mas repito: o Renato era uma figura emblemática e vida que segue", finaliza Marcelo.
Bêbados surgiu a partir da banda Blues Band, em 1990. A primeira oficialmente do gênero pelas bandas de Mato Grosso do Sul. Anos depois, ela se dividiu entre Bêbados Habilidosos e o Bando do Velho Jack.
A descrição da página ainda não foi atualizada, mas a formação será com Rodrigo Paiva na guitarra, Marcelo Rezende no contra-baixo, Júlio Bellucci no sax e Erik Artioli na bateria.
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