Após 'Fugidinha', Michel Teló espalha o hit-chiclete 'Ai Se Eu Te Pego' no mundo
O cantor sertanejo Michel Teló disparou. Com 220 shows mês, duas turnês internacionais e mais um hit nas paradas de sucesso, com direito a versão em inglês.
Caderno Folha Ilustrada da Folha de S. Paulo traz neste domingo de Natal reportagem de Iuri de Castro Tôrres sobre a ascensão do paranaense que começou a carreira ainda como gaiteiro no CTG em Mato Grosso do Sul.
"Com letra simples sobre paquera na balada, o cantor sertanejo Michel Teló, 30, chegou ao topo das paradas e espalhou o hit-chiclete "Ai Se Eu Te Pego" pelo mundo", diz a Folha.
Segundo a Folha, o clipe oficial já foi visto mais de 85 milhões de vezes no YouTube. Na loja virtual iTunes, é primeiro lugar de vendas em Portugal, Itália, Espanha, Argentina, Chile, Colômbia, Peru e outros cinco países latino-americanos.
No Brasil, só perde para "Someone Like You", da inglesa Adele, mas está bombando nas rádios e caminha para ser a música do verão.
Não é a primeira vez que Teló emplaca um hit que vai embalar os jovens nas praias e no Carnaval -em 2010, "Fugidinha", repleta de duplos sentidos capazes de fazer corar os mais pudicos, também estava por todos os cantos.
Mas como esse paranaense, criado no Mato Grosso do Sul, desenvolveu o toque de Midas para transformar uma música já existente em ouro?
A resposta é simples: Cristiano Ronaldo. Em outubro, o craque do Real Madrid comemorou um gol contra o Málaga dançando a coreografia de "Ai Se Eu Te Pego".
"Fiquei arrepiado por uns três minutos quando vi aquilo", conta Teló à Folha. "Naquele momento, percebi que alguma coisa ia mudar."
E mudou: Teló fecha 2011 com 220 shows, turnê agendada na Europa (12 shows em sete países) e uma versão em inglês de "Ai Se Eu Te Pego".
"O desafio é dar continuidade [à carreira] depois dessa explosão", diz. "Quero fazer uma parceria forte para que o sucesso internacional continue."
Teló revela que está negociando com o rapper Pitbull, do hit "You Know You Want Me", mas que sonha em gravar com a cantora Shakira.
NO SEU QUADRADO - Ele não sabe bem a razão do sucesso de "Ai Se Eu Te Pego", mas aposta na simplicidade da letra. "A galera usa toda hora o papo da música, da balada", diz. "É difícil achar uma música tão simples que caia no agrado das pessoas. Ela tem uma magia."
A magia, no caso, foi forjada em 2008, por Sharon Acioly, 41, animadora de praia na Bahia e dona de outro hit grudento, "A Dança do Quadrado". Ela usava as expressões da música em seus shows.
Um dia, Antônio Dyggs, dono de uma banda de forró em Feira de Santana (BA), ouviu e fez uma letra mais "complexa". A música estourou entre os forrozeiros e caiu no colo de Michel Teló em uma festa de São João deste ano.
"Na hora eu liguei para os donos da música e pedi autorização para gravar, pois sabia que tinha potencial para ser hit", lembra Teló.
Acioly não revela o quanto a música já rendeu em direitos autorais, mas o suficiente para ir atrás de seu sonho: ser apresentadora de TV.
NA BALADA Na quinta-feira, Teló lançou o DVD "Michel na Balada" na Villa Country, maior point sertanejo de São Paulo.
O cantor lembrou uma história que resume sua trajetória: "Há dois anos fiz show no mesmo lugar e tive que dar convites para tentar encher a casa. Agora, todos os ingressos estavam esgotados."
Era o começo de sua carreira solo, após 12 anos no grupo Tradição, de Campo Grande (MS), onde foi criado após a família se mudar de Medianeira, município de 40 mil habitantes no Paraná.
Segundo Teló, sua família era muito simples. Dono de uma padaria, o pai deixava o filho tocar nos fundos para as primeiras plateias.
De fala mansa e sotaque do interior, Teló conta que o sucesso lhe trouxe estabilidade financeira para realizar em breve seu sonho de ser pai.
Casado há três anos, o músico investe em imóveis: comprou um apartamento em São Paulo, tem um condomínio em Passo Fundo (RS), é sócio de uma construtora em Campo Grande, além de dono de uma editora de músicas.
Mas ele não tem medo de o sucesso não durar mais do que um verão?
"Quero aproveitar o momento para fazer um pé-de-meia, porque eu sei que posso não estar por cima no ano que vem", diz. "Mas vou trabalhar muito para que sim."